Extração e caracterização de compostos do resíduo vegetal casca de café.
Resumo
A quantidade de resíduos gerados durante o beneficiamento do café no Brasil (principalmente casca) representa aproximadamente 50% da produção. Visando diminuir este problema, o objetivo deste trabalho foi obter diferentes extratos das cascas de café, avaliar sua composição e atividade antimicrobiana. Utilizando extrações por Soxhlet, com solventes de diferentes polaridades e seletividades e analisando estes extratos por Cromatografia Gasosa acoplada à Espectrometria de Massas e Espectroscopia de Infravermelho com Transformada de Fourier, foi possível observar que os extratos diferiam em composição química e que apenas clorofórmio e diclorometano foram capazes de extrair a cafeína, devido a seletividades destes solventes. Os componentes hidrofílicos foram extraídos utilizando diferentes proporções de etanol e água, a temperatura ambiente e a 40 °C. A cafeína presente nestes extratos foi quantificada por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência. A mudança na composição do solvente e temperatura não alteraram a composição química dos extratos, porém alteraram a quantidade de cafeína extraída. Nenhum dos extratos testados demonstrou atividade contra os microrganismos Salmonella typhimurium (ATCC 14028), Escherichia coli (ATCC 25922), Staphylococcus aureus (ATCC 25923), Pseudomonas aeruginosa (ATCC 27853) e Bacillus cereus (ATCC 14579). Pode-se concluir que as cascas de café apresentam grande potencial para a extração de cafeína, agregando valor a este resíduo vegetal e contribuindo para o aproveitamento dos resíduos produzidos no beneficiamento do café, o que diminuiria o impacto ambiental gerado pelo descarte destes.
Palavras-chave
casca de café; extrato oleoso; extrato hidroetanólico; cafeína; resíduos vegetais.
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PDFDOI: 10.3895/rebrapa.v8n2.6887
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