Enunciação reportada e alteridade: uma relação relevante para a didática da língua

Duane Valentim

Resumo


Neste trabalho propomos analisar produções textuais, produzidas em contexto escolar. Buscaremos explicitar marcas de enunciação reportada que apontam para a construção da alteridade. Para tanto, pautamo-nos na Teoria das Operações Predicativas e Enunciativas (TOPE), referencial teórico que tem Antoine Culioli. Postula-se, nesta teoria, a existência de parâmetros abstratos de sujeito e de tempo que definem uma situação de enunciação também abstrata. Neste contexto, a enunciação reportada apresenta duas situações enunciativas que, de acordo com Campos (1997), possuem cada uma um conjunto de coordenadas que podem estar associadas ao tempo T0 da enunciação origem (o par enunciador e coenunciador) ou, associadas ao tempo T1 da locução (o par locutor e interlocutor) que correspondem a polos separados por uma alteridade absoluta. As marcas de alteridade podem ser notadas nas produções textuais dos alunos a partir de formas linguísticas, como nas marcas de enunciação reportada, em que se encontra imbricação de enunciações, seja pela diluição da enunciação origem, seja pela coexistência de diferentes fontes enunciativas. Julgamos que a consciência desses planos enunciativos, quando trabalhada no ensino, pode contribuir para o desenvolvimento da competência discursiva dos alunos – um dos principais objetivos do ensino de língua materna de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998).  


Palavras-chave


Linguística; Enunciação; Ensino de Língua Materna; Alteridade

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DOI: 10.3895/rl.v20n28.6685

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