Interioridade e silenciamento em Macbeth e no Mercador de Veneza de Shakespeare

Carlos Roberto Ludwig

Resumo


Esse ensaio pretende analisar as peças de Macbeth e O Mercador de Veneza, de William Shakespeare, à luz dos problemas da interioridade e exterioridade em voga na Renascença Inglesa. Parte-se das considerações de Maus sobre interioridade e de Stephen Greenblatt sobre autoformação. O texto shakespeariano é minado ambiguidades que revelam as intenções sinistras, veladas pelas aparências ludibriosas do discurso. Será discutido, num primeiro momento, as questões da aparência, interioridade e silenciamento no Mercador de Veneza e na Renascença, demonstrando que esse não era apenas um problema nas peças de Shakespeare, mas de inúmeros discursos da época. Em seguida, serão analisados tais problemas em Macbeth e como Shakespeare mina o texto da peça com estes não-ditos e silenciamentos, acentuando as tensões trágicas e psicológicas da peça, resultando da incapacidade de perceber as diferenças entre interioridade e aparência. 


Palavras-chave


Interioridade e aparência; Silenciamento; Drama de Shakespeare

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DOI: 10.3895/rl.v20n31.4541

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