Personagem entediado, fãs empolgados: trollagem e cultura participativa em "One Punch-Man"

Moysés Pinto Neto, Aline Lupak

Resumo


A cultura participativa promovida pelos meios de comunicação da atualidade busca cada vez mais a interação dos sujeitos. No caso de mensagens produzidas em suporte impresso, o leitor passa a ser percebido como um sujeito capaz de não apenas ler as mais diferentes mensagens midiáticas, mas também de explorar novas possiblidades interativas. Diante desse contexto, selecionamos a obra do gênero webcomic chamada “One Punch-Man” (ワンパンマン, Wanpanman) como objeto de análise deste artigo. Desde que foi publicada, em 2009, pelo autor japonês conhecido pelo pseudônimo de ONE, One Punch-Man vem arrecadando fãs pelo mundo, os quais expandem as possiblidades narrativas originais dessa obra. O número tão elevado de fãs, decorrência da cultura participativa e da convergência das mídias, faz com que surjam, a partir das diferentes interações, diferentes narrativas, as quais expandem a história original através de diferentes formatos: para além do formato impresso (mangá), há agora também uma versão para televisão (anime), além de aplicativos não oficiais para smartphones. O referencial teórico a ser utilizado consiste dos estudos do contexto da cultura da convergência e da conexão, bem como cultura de fãs e o fenômeno dos trolls na Internet. A partir desses conceitos, pretendemos analisar como as comunidades de fãs se utilizam da internet para estabelecer novas relações interativas que acabam expandindo os nós narrativos desse artefato cultural através de diferentes plataformas de mídia.


Palavras-chave


Anime; Convergência; Fãs; Troll; Paródia

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DOI: 10.3895/rl.v22n36.11756

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