Interdiscursividade e intertextualidade no conto Chapeuzinho Amarelo
Resumo
O presente artigo visa discutir relações intertextuais e interdiscursivas na construção dos sentidos do conto Chapeuzinho Amarelo, do autor Chico Buarque.A discussão é ancorada na teoria dialógica, segundo a qual o enunciado está sempre ligado a outros já existentes e ao mesmo tempo sempre sugere futuras réplicas. Desse modo, partindo do princípio bakhtiniano de que nenhum discurso é puro, e da ideia de que o sujeito falante se constitui em relação de alteridade com o(s) outro(s), questionamos como as relações dialógicas constroem os sentidos do poema Chapeuzinho Amarelo? Temos como aporte teórico Bakhtin (2003 [1979]; 2015 [1934-1936]), e outros autores tais como: Fiorin (2008); Brait (2005, 2008); “Autor” (2013). Nossas análises terão como foco o conto Chapeuzinho Amarelo no contexto da ditadura militar e a relação de intertextualidade com o conto Chapeuzinho Vermelho. Percebemos na análise, que as palavras do autor são carregadas de valorações apreciativas de denúncia, inconformismo, luta pela liberdade e pela mudança. Situado no contexto sócio-histórico da ditadura militar, o poema aponta para relações dialógicas que permitem a atualização de sentidos para uma releitura que vê o medo da personagem como símbolo do medo decorrente da opressão sofrida pelas pessoas no período da ditadura militar.
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PDFDOI: 10.3895/rl.v22n37.11461
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