GRANDE EMPRESA INDUSTRIAL, REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA E A DINÂMICA RECENTE DO EMPREGO FORMAL NO BRASIL

Tiago Oliveira, Marcelo Weishaupt Proni

Resumo


O presente artigo propõe-se a discutir os impactos da reestruturação produtiva sobre o nível de emprego e os salários nas grandes empresas industriais, assim como verificar se mudou a distribuição regional do emprego industrial e o perfil dos empregados do setor. Nesse sentido, podem ser visualizados dois subperíodos bastante distintos. Na década de 1990 houve uma perda na participação relativa da indústria de transformação no emprego formal, em decorrência, sobretudo, do enxugamento promovido pelos estabelecimentos de grande porte. Nos anos 2000, por seu turno, registra-se uma inflexão: os grandes estabelecimentos da indústria voltam a gerar postos de trabalho e a participação do setor se estabiliza. Em termos regionais, o investimento das grandes empresas tem privilegiado regiões menos tradicionais em busca de benefícios fiscais e redução no custo do trabalho, sendo a região sul a grande beneficiária desse movimento de desconcentração industrial iniciado nos anos 1990. No que se refere aos impactos causados pela reestruturação da grande empresa industrial sobre o perfil da força de trabalho, os resultados apontam mudanças importantes, mas também continuidade de velhas características. Em suma, as transformações que vêm ocorrendo não têm se traduzido em melhores condições de emprego e renda para a maioria da classe operária nacional, nem contribuído para uma maior eqüidade salarial entre as diversas regiões brasileiras.

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DOI: 10.3895/S1808-04482007000300007

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Revista Gestão Industrial

ISSN: 1808-0448

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