Da teoria de Piaget à construção de estratégias de cálculo mental para adição na obra Lógica do Cálculo

Resumo

O artigo que se apresenta, busca compreender como as autoras da obra Lógica do Cálculo 2, se apropriaram de conceitos piagetianos, com destaque aos argumentos operatórios da identidade, compensação e reversibilidade, para proporem atividades que envolvam estratégias de cálculo mental da adição. O referencial-metodológico buscou aportes da História Cultural e História da educação matemática cuja questão central é compreender como ensinamos matemática da forma que ensinamos. Analisou-se o segundo volume da obra destinado aos alunos de 7-8 anos e que circulou nos anos 2000 no Estado do Paraná principalmente por meio de cursos de formação ofertados pelas autoras às prefeituras municipais. Por meio de categorias pré-estabelecidas analisou-se todas as atividades de adição do manual e percebeu-se que havia padrões que se repetiam. Para esse artigo considerou-se as três mais representativas. Apresentou-se brevemente uma construção histórica sobre a presença do cálculo mental em documentos norteadores da educação em vários períodos históricos, culminando com um olhar mais atento aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) em vigor no período de estudo. A pesquisa conclui que as atividades de adição favorecem o desenvolvimento do sentido do número por parte do aluno, bem como a construção dos argumentos operatórios necessários para o desenvolvimento do raciocínio lógico em crianças de 7-8 anos, ou seja, aquelas que se encontram na transição do pensamento pré-operatório para o pensamento lógico concreto.