Tecnologias digitais na Educação Superior: perspectivas para o ensino e aprendizagem de Ciências Biológicas

Resumo

O ensino de Biologia tradicionalmente foi estruturado para foco em conceitos e terminologias, por meio de metodologias e estratégias que não visavam a interpretação e aplicação prática ao mundo real. Neste contexto, com base nos aportes teóricos de Kenski e Moran, que discutem o papel das tecnologias digitais na educação superior como recurso para o engajamento educacional e a contextualização com os aspectos da ciência, sociedade, ambiente e tecnologia, este estudo analisou, por meio de uma Revisão Sistemática de Literatura, produções científicas brasileiras selecionadas que abordam a utilização das tecnologias digitais na educação superior em Ciências Biológicas. A investigação centrou-se nos resultados obtidos, nas contribuições e nas lacunas existentes. Para o levantamento, foram definidas as variáveis de descritores “tecnologia”, “digital”, “ensino superior” e “ciências” ou “ciências biológicas” ou “biologia” aplicados em bases como a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações, Catálogo de Teses/Dissertações e Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, com intervalo de 2014 a 2023. Foram encontrados, 1.753 trabalhos, dos quais 1.535 (87,56%) textos completos foram analisados. Desses, quatro estudos tratam do uso das tecnologias digitais no ensino de Genética e Evolução (1), Meiose (1), Bioquímica Celular e Molecular (1), e Ecologia (1), realizados nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste. Os resultados apontam uma lacuna significativa na aplicação dessas tecnologias como recurso didático no ensino superior em Ciências Biológicas, particularmente nas regiões Norte e Centro-Oeste. Tal panorama reforça a necessidade de ampliar estudos e reflexões sobre novas questões a serem exploradas no futuro.