Do maestro das coisas: A des-sinfonia do ser

Chirléia Rabelo Alves

Resumo


Este trabalho tem como objetivo escutar e dialogar com e sobre a obra de Manoel de Barros, mais especificamente seu Livro Sobre Nada, como produção poético-musical. Com exemplos didáticos e mesmo um diálogo da construção poética manoelina com a inovadora des-construção da forma tradicional sinfônica realizada por Beethoven em sua “Nona Sinfonia”, buscamos observar o apelo da construção manoelina de realizar-se como música – pensada aqui como essa pro-dução do homem, criando e realizando para se relacionar com o real. Apoiando nossas reflexões, estruturadas na questão da linguagem, em autores como Heidegger e Emmanuel Carneiro Leão, Charles Rosen e Joaquim Zamacois, buscamos dialogar com a própria palavra “música” em sua concretude ontológica originária, não representacional ou dependente da mediação de sistemas de representação da experiência concreta com o fenômeno musical: dialogar no lugar em que não há a cisão entre poesia e música. Pensamos Barros em seu musicar das coisas, sua busca por esse “nada” criativo que o leva a compõe sua des-sinfonia do ser.  Concluímos com a questão de que compreender essa construção manoelina no seu apelo de realizar música, no seu lugar de des-limite e estranheza inovadora e criativa, amplia as nossas próprias fronteiras do pensar música e poesia.


Palavras-chave


Poesia; Música; Linguagem; Literatura; Manoel de Barros

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DOI: 10.3895/rl.v23n42.8798

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