Encenação da violência em O forte, de Adonias Filho

Bougleux Bomjardim da Silva Carmo

Resumo


O presente trabalho objetiva analisar a obra O Forte, de Adonias Filho, a partir da noção de violência como categoria estética, na reflexão dos elementos paradoxais do discurso literário e sua relação com a sociedade. Os estudos de Adorno (1970; 2009), Bosi (2002), Oliveira (2007) e Ginzburg (2012) estabelecem o quadro teórico e interpretativo. A análise parte da problemática de se saber em quais dimensões a noção de uma estética da violência estaria presente na obra de Adonias Filho contribuindo com a identização de sua narrativa. Dessa forma, coloca-se o discurso literário como veículo e memória de contra a violência e de resistência, bem como a percepção dessa dimensão ainda pouco explorada no romance adoniano. Finalmente, mediante a descrição e a busca pelo gesto topoanalítico (BORGES FILHO, 2007; 2008), confirma-se a hipótese de que a presença das imagens e cenas de violência constitui-se como reflexo da fragmentação e tensão social constitutiva da condição humana que, de forma natural, se reflete na obra, a despeito da intencionalidade do ato criador, consoante a filosofia estética adorniana.

Palavras-chave


Violência - Aspectos morais e éticos; Literatura brasileira - História e crítica; Mimese na literatura

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DOI: 10.3895/rl.v19n27.4930

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