O DOM DO CRIME: IRONIA E FICÇÃO NO TRATO COM O REAL

Daniel Martineschen

Resumo


Neste ensaio examinamos o romance O Dom do Crime publicado por Marco Lucchesi em 2010, considerando as relações intertextuais e o jogo irônico que estabelece com o romance Dom Casmurro, de Machado de Assis. Com base em um referencial teórico recente relativo à ficção histórica e na obra de pensadores franceses como Paul Ricoeur e Jean Baudrillard, procuramos identificar e investigar o jogo estabelecido pelo narrador-autor entre o universo ficcional machadiano e o relato histórico do caso José Mariano, um crime de “honra ferida” comum no século XIX. A narrativa de Lucchesi entrelaça registros jornalísticos e o universo ficcional bem conhecido de Dom Casmurro para subverter a tradicional relação hierárquica entre realidade e ficção. Adotamos o referencial baudrillardiano, juntamente com a reflexão de Ricoeur sobre a discursividade e a falibilidade da memória e com a noção romântica de ironia, para sublinhar a difícil tarefa de se traçar limites entre realidade e ficção, limites esses obscurecidos – se não apagados – ironicamente no romance de Lucchesi.

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DOI: 10.3895/rl.v15n16.2348

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