Hélène Cixous, para além do que resta: uma conversa com Flavia Trocoli sobre os caminhos de leitura das obras de Cixous
Resumo
Ao nos debruçarmos sobre a questão do que resta da “Teoria Francesa” no número desta edição da Revista de Letras, somos tomados pela amplitude dos múltiplos sentidos que subjazem à pergunta: ao nos guiarmos pelo “resto” como traço derridiano, o que resta a se dizer sobre o não dito em autores tão discutidos como Foucault, Derrida, Deleuze, Lacan e tantos outros? Ou ainda, o que resta das indagações dos autores subsumidos sob a alcunha da “Teoria Francesa” no pensamento filosófico contemporâneo? Resta ainda alguma contribuição de suas ideias para os problemas que enfrentamos na sociedade contemporânea? O que resta de novo a se descobrir na recepção desses autores para leitores de hoje?
Esta pergunta se torna especialmente intrigante quando pensamos que embora alguns filósofos sejam amplamente lidos pela academia brasileira, como os mencionados acima, por exemplo, o mesmo não se pode dizer sobre Hélène Cixous, autora que não somente é capturada pela denominação de “French Theory”, mas também é incluída no grupo das chamadas “Feministas Francesas”, junto com autoras como Julia Kristeva e Luce Irigaray. Assim, podemos dizer que a recepção da obra cixousiana no Brasil é recente, visto que uma de suas obras mais emblemáticas, “O Riso da Medusa”, escrita em 1976, foi traduzida pela primeira vez em nosso país em 2022, pela editora Bazar do Tempo, estabelecendo, assim quase cinquenta anos de distância entre o lançamento da obra e o público leitor brasileiro.
Nesse sentido, uma das grandes contribuidoras para a recepção da obra de Cixous em nosso país é a autora Flávia Trocoli, professora associada de Teoria Literária da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Trocoli é autora de A Inútil Paixão do Ser: Figurações do Narrador Moderno (2015), e do importante artigo para a crítica cixousiana brasileira “Insistir no Eu, destronar o Eu, passar à literatura: movimentos da obra de Hélène Cixous” (2021). Em ocasião do lançamento de seu novo livro Hélène Cixous: A Sobrevivência da Literatura, no ano de 2024, conversamos com a autora sobre alguns aspectos de sua obra.
Palavras-chave
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PDFDOI: 10.3895/rl.v26n49.19639
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