Autobiografia, literatura, filosofia: interseções da ficção nas obras de Hélène Cixous.
Resumo
Neste artigo, elaboramos que a escrita de Hélène Cixous tensiona e confunde as definições teóricas acerca de escritos de vida, como os gêneros autobiografia e memórias, de literatura e filosofia. Partindo de algumas obras paradigmáticas da autora — como, por exemplo, Osnabruck (1999), Osnabruck Station to Jerusalem (2016), Correspondence avec le Mur (2017), e The Book of Promethea (1983) de Hélène Cixous —, argumentaremos que ela escapa dos limites estabelecidos por estudos da autobiografia, como a crença em um “Eu” cognoscente e indivisível, para formular um “Eu” múltiplo e voltado para a diferença, que, através do feminino, se constrói mais a partir de memórias e incertezas do que nas verdades absolutas de um “Eu” autoral, historicamente gendrado como masculino. Entenderemos como a écriture féminine, conceito elaborado pela autora, engendra suas obras e abre caminho para combinar investigação filosófica, elaboração ficcional e expressão autorreferencial. A partir desse contexto, veremos como Cixous se utiliza da transgressão aos gêneros e ao “Eu” autobiográfico tradicional para recuperar relatos esquecidos pela História oficial através da ficção.
Palavras-chave
Texto completo:
PDFDOI: 10.3895/rl.v26n49.18904
Apontamentos
- Não há apontamentos.
Direitos autorais 2024 CC Atribuição 4.0
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.