Dois franceses entraram no bar… da teoria
Resumo
O texto questiona o sentido e a pertinência de se mobilizar o termo “Teoria Francesa” como um guarda-chuva para abrigar um certo conjunto de obras, tomando como referência o trabalho de dois “teóricos franceses”: Jacques Derrida e Alain Badiou. Para tanto, examina de que modo eles se posicionam diante das questões da localidade e institucionalidade de seus pensamentos – o primeiro, levando em conta de forma mais limitada sua palestra “Some statements and truisms about neo-logisms, newisms, postisms, parasitisms, and other small seismisms” e, o segundo, principalmente o livro A aventura da filosofia francesa no século XX e a palestra “Qu’est-ce qu’une institution philosophique?”, mas também sua obra em geral. O resultado é preciso: para os autores em questão, a pertinência do termo “Teoria Francesa”, assim como de qualquer outro, só poderá ser determinada pela sua função em relação à possibilidade de um acontecimento monstruoso, coisa cujo valor e interesse são absolutos. Tais acontecimentos possuem uma determinação local, de modo que suas obras indicam a prevalência de uma importância atribuída ao lugar da ação, o que deveria orientar, então, nossa escolha consciente acerca dos usos (ou menções) conceituais. Essa atividade local, porém, justamente por sua conexão com a possibilidade de um acontecimento – ponto de fuga ou marca subjetiva que determina a qualidade histórica dos termos –, exige uma relação primordial com aquilo que não tem lugar, isto é, um vínculo entre as condições locais e algo que não se deixa determinar pelo seu lugar de manifestação – colocando em xeque o ter lugar da denominação teórica.
Palavras-chave
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PDFDOI: 10.3895/rl.v26n49.18771
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