TRABALHO E MUNDO DA VIDA: A RACIONALIDADE CAPITALISTA PRESENTE NA TÉCNICA, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Resumo
A racionalidade capitalista-instrumental que invade o mundo da vida é aqui discutida sob o prisma do trabalho. A subjetividade comprometida do trabalhador nesse processo é um dos seus maiores efeitos das transformações técnicas, tecnológicas e científicas ocorridas no século XX e postas à disposição da acumulação capitalista, sobretudo a partir da adoção das formas flexíveis e enxutas de organizar a produção e o trabalho. A moderna indústria automobilística instalada na Região Metropolitana de Curitiba, desde meados dos anos 1990, é um desses exemplos de transição. As intensas transformações sociais que ocorreram nas últimas três décadas no mundo do trabalho foram provocadas por uma avalanche de inovações na organização da produção e do trabalho. Os efeitos das mudanças em curso se expandem para diferentes âmbitos da sociedade e se impõem para a sobrevivência e inserção de grupos sociais emergentes na vida econômica, cada vez mais integrada. A construção do texto resgata as idéias de Weber sobre um processo racional-instrumental que ganha corpo na modernidade, apresentando a proposta e Habermas sobre a ação comunicativa como alternativa às conseqüências dessa lógica hegemônica e devastadora do ser social. Ao analisar a invasão do mundo sistêmico sobre o mundo da vida e a continuidade desse processo, o artigo reflete a relação racional/subjetivo, colocando a indagação: nas condições produtivas das indústrias de caráter transnacional, que integram o complexo automotivo no Paraná, está-se diante de uma racionalidade ou irracionalidade capitalista, quando o olhar se detém no trabalhador? Crítica teórica e entrevistas com trabalhadores dão suporte às respostas aqui ensaiadas.
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PDFDOI: 10.3895/S1808-04482005000400005
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Revista Gestão Industrial
ISSN: 1808-0448