Editorial

César Henrique Lenzi

Resumo


É inegável que uma nação autônoma e independente se constrói por meio de seu desenvolvimento científico e geração de conhecimento. Em uma rápida e superficial análise na configuração econômica mundial, que é dos parâmetros que melhor mensura o quão independente é um país, fica evidente que seu estágio científico, na maior parte das vezes, está diretamente relacionado ao seu desenvolvimento econômico e também seu desenvolvimento humano. Em contrapartida, mesmo em países ricos, tais como Estados Unidos, o investimento em pesquisas científicas é sempre fato questionável, principalmente quando os recursos aplicados são públicos. E os questionamentos são ainda mais enfáticos em se tratando de países emergentes, tais quais o Brasil, que ainda tem sérios problemas de âmbito social e econômico. Dado este cenário, e lembrando que no Brasil o fomento à pesquisa depende quase que na integralidade de recursos públicos, fica evidente o quão desafiador torna-se o desenvolvimento de pesquisas em alto nível. Porém, ainda sim, faz-se pesquisa de altíssimo nível no Brasil. No entanto, trata-se de uma pesquisa de base, academicista, baseada quase que exclusivamente em uma “numerologia publicacionista”, com baixo grau de inovação e, obviamente, que dependa de poucos recursos. Outro fator importante, que caracteriza o tipo de pesquisa realizado no Brasil, são os programas de Pós-Graduação Strictu Sensu. De fato, são estes que impulsionam a desenvolvimento científico de nosso país. Naturalmente, trata-se de uma pesquisa norteada por parâmetros avaliação academicistas, o que é bom, porém inibe a realização de uma ciência “chão de fábrica”, focada no desenvolvimento de tecnologia aplicada, inovação e geração de riquezas. O fato é que a pesquisa realizada no Brasil é de muita qualidade, no entanto ainda pouco comprometida com o desenvolvimento social e econômico do país. Este é um panorama que deve ser modificado, e
institutos de ensino tecnológico, tais quais, Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), deverão que assumir protagonismo neste processo. Uma alternativa muito promissora que vem nos surgindo, são programas de pós-graduação em desenvolvimento
tecnológico, e os programas de mestrado profissional em ensino e tecnologia, os quais a UTFPR vem investindo fortemente. Estes programas conversam de forma direta com as salas de aula e com os processos de produção em industrias, introduzindo pesquisas nestes ambientes. Trata-se de um novo conceito no cenário nacional, que deve ser muito amadurecido, podendo se tornar uma das principais vias de entendimento entre instituições de pesquisa, universidades, escola e indústria. Para este fim, é importante que estes programas não se deixem levar pela filosofia academicista e criem raízes cada vez mais fortes. Finalizo este editorial com uma frase atribuída a Albert Einstein que diz: “Toda a nossa ciência comparada com a realidade, é primitiva e infantil e, no entanto, é a coisa mais preciosa que temos”. De fato, e que saibamos valoriza-la, trabalhando, investindo e democratizando todo o benefício que esta nos traz.


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DOI: 10.3895/recit.v6.n14.4369

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