Disseminação da noção “agricultura familiar” no Paraguai: uma análise da entrada do termo na agenda do Estado e na academia

Silvia Lima de Aquino, Valdemar João Wesz Junior

Resumo


Se no Brasil a agricultura familiar se tornou uma categoria reconhecida e legitimada institucionalmente, apesar de não haver uma definição uníssona do termo, percebe-se que no Paraguai sua adesão é ainda limitada. No país, historicamente, “camponês” foi o termo usado para identificar pequenos agricultores, ainda que desde o início dos anos 2000 venha crescendo o uso da denominação “agricultor familiar” ou “agricultor familiar camponês”. O objetivo do artigo foi analisar o modo com que a ideia/noção de agricultura familiar foi disseminada no Paraguai e tem ganhado centralidade, a partir de dois grupos de atores-chaves: Estado e academia. Para tanto, fundamentou-se em pesquisa documental e bibliográfica e na análise de informações coletadas por meio de entrevistas semiestruturadas realizadas com pesquisadores paraguaios. Conclui-se que, a partir dos anos 2000, tendo em vista a forte atuação de instituições internacionais, como o IICA e FAO e, especialmente da REAF, o termo “agricultura familiar camponesa” ganha espaço na agenda do Estado e nas ações governamentais. Contudo, apesar do seu crescimento e popularidade, pesquisadores da área das ciências humanas, que se dedicam a estudar o campo paraguaio, apresentam ressalvas a inclusão do termo em suas análises, mantendo uso da categoria camponês.


Palavras-chave


Paraguai; agricultura familiar; agricultura familiar camponesa; agricultura camponesa; pesquisadores; ações governamentais.

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DOI: 10.3895/rbpd.v9n5.13521

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