Economia solidária como estratégia para o crescimento inclusivo no Brasil

Resumo

O desenvolvimento econômico do Brasil, marcado pela industrialização tardia, orientações das economias dominantes e aceleração do crescimento econômico no período pós-Segunda Guerra, acarretou profundas desigualdades socioeconômicas para a nação. A racionalidade capitalista impunha à sociedade a competição como forma de sobrevivência. Assim, valores essenciais à dignidade humana, como a equidade, foram submergidos pelo sistema: aos excluídos, restava a solidariedade como alternativa para a resiliência. Neste cenário, as noções de crescimento inclusivo começam a ganhar espaço nas agendas governamentais, como as preocupações com os biomas e a noção de finitude dos recursos naturais, num esforço de compartilhar os benefícios do crescimento a todos e a longo prazo. A economia solidária surge como uma alternativa para o crescimento inclusivo, no intuito de se estabelecer como um modelo economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto.  O objetivo deste artigo é demonstrar a trajetória de mudança no pensamento capitalista, abalado pelas injustiças sociais e primazia no indivíduo, na direção de uma economia mais humana, baseada nos princípios da solidariedade, do cooperativismo e da equidade. Para esse fim, foi efetuada pesquisa bibliográfica por procedimento de levantamento teórico referencial e documental, acerca das definições que abarcam o tema e da implementação de uma política de economia solidária pelo governo brasileiro. Ao fim, é possível constatar que a carência de entendimento acerca das dimensões do crescimento inclusivo, além da complexidade de se aferir os resultados da economia solidária devido à sua multidisciplinaridade, dificulta a determinação dos resultados desta no crescimento inclusivo e no desenvolvimento econômico e social.