Matemática em Braile: a importância da linguagem escrita e oral nas descrições de representações gráficas
Resumo
O aluno com baixa visão grave ou cego, assim como os alunos videntes, apresentam dificuldades de aprendizagem relacionadas à Matemática. Porém, diante dos poucos recursos didáticos disponíveis para sua aprendizagem, o livro didático adaptado em braile, tem sido o mais utilizado. Desta forma, o objetivo deste estudo é buscar identificar possíveis influências na aprendizagem do conceito de função pelo aluno com baixa visão grave ou cego, devido à adaptação ou descrição, em linguagem natural, das representações gráficas nos livros didáticos de Matemática adaptados em braile. Para isto, foram realizadas análises dos enunciados dos livros didáticos de Matemática impressos em tinta e adaptados em braile, levando em consideração alguns elementos da teoria das representações semióticas de Raymond Duval. Após as observações, podem-se destacar as seguintes principais diferenças entre os livros didáticos de Matemática em braile em relação ao de tinta: presença de símbolos matemáticos desconhecidos pelo aluno com baixa visão grave ou cego; falta de tabela ou nota explicativa a respeito destes símbolos matemáticos; disposição dos sinais em braile muito próximos dificultando sua distinção tátil e consequentemente o seu reconhecimento; falha no alto relevo, devido ao desgaste do uso do livro ou por algum problema na impressão em braile, o que também dificulta sua percepção tátil e a omissão dos gráficos de funções, para a resolução de alguns exercícios. Estes equívocos e ausência de notação podem trazer resultados negativos na apropriação do conhecimento matemático se não houver uma supervisão e acompanhamento do professor.
Palavras-chave
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PDFDOI: 10.3895/etr.v2n2.7516
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