Liberdade de escolha como princípio metodológico na formação continuada para docentes de ciências

Resumo

No contexto da formação continuada, a pergunta “Como formar docentes capazes de atuar com competência, criticidade e inovação?” pode suscitar diversas respostas e reflexões sobre práticas e métodos eficazes para aperfeiçoar trabalhadoras e trabalhadores do ofício. Pode trazer inclusive questionamentos sobre as qualidades mencionadas, se são suficientes, se há outras mais importantes. Antes de desenvolver qualquer investigação nesse sentido, talvez seja pertinente dar um passo atrás e fazer outra pergunta: “Como se formam docentes?” Para responder a essa e outras questões relacionadas, irei apresentar reflexões de professoras(es) que escreveram sobre sua própria experiência formativa e sobre o ofício da docência. Em seguida, farei uma breve exposição das bases teóricas que fundamentam minha prática, em especial o trabalho na pós-graduação. Finalmente, apresentarei a maneira como atuei numa disciplina de um curso de especialização voltado para a capacitação de professoras(es) de ciências e matemática. Uma das questões de fundo que irá perpassar o artigo é a relação entre teoria e prática tanto na atuação quanto na formação de docentes. A principal premissa sobre a formação é que nós docentes aprendemos nosso ofício ao longo de muitos anos pela experiência de sermos estudantes e pelo contato com outras(os) docentes, de maneira predominantemente irrefletida. A hipótese central que fundamentou minha prática é que me oferecer como modelo de docente (com aspectos positivos e negativos) e criar um ambiente que não ameace as(os) pós-granduandas(os) com críticas às suas práticas podem ser estratégias eficazes para proporcionar oportunidades para seu efetivo aperfeiçoamento profissional.