"Zima Blue" em mise-en-abîme: artista e obra como uma só criação

Francelise Márcia Rompkovski

Resumo


Este trabalho tem por objetivo analisar a animação “Zima Blue”, um dos episódios da antologia Love Death + Robots do serviço de streaming Netflix, com base nas discussões sobre modernidade e pós-modernidade desenvolvidas no texto introdutório O que é pós-moderno, de Jair Ferreira dos Santos, e em Os cinco paradoxos da modernidade, de Antoine Compagnon. A partir das reflexões desses autores, podemos encarar a narrativa da animação como uma construção em mise-en-abîme que itera na figura do artista Zima e em sua própria produção, um panorama da história da arte que engloba desde a sua concepção imitativa até a da representação da representação. A performance final do artista, por sua vez, parece se colocar como um ponto de convergência entre o presente e o passado, a abstração e a figuração e a imitação e a originalidade, de acordo com a visão de pós-modernidade defendida por Compagnon. Ademais, o ato final de Zima o aproxima também da aceitação do absurdo da existência, num eco de Le Mythe de Sisyphe, de Albert Camus.


Palavras-chave


Zima Blue; modernidade; pós-modernidade; mise-en-abîme, absurdo.

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DOI: 10.3895/rde.v11n18.11701

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