Corpo negro “desmortificado”: reflexões sobre a resistência negra presente no videoclipe “A Carne” (2017)

Beatriz Gomes Cornélio, Heloisa Raimunda Herneck

Resumo


Este artigo consiste em reflexões desenvolvidas no decorrer do Mestrado em Educação na Universidade Federal de Viçosa. O objetivo é, por meio de uma análise etnográfica de tela, compreender a importância da emergência das questões raciais na esfera pública por meio do videoclipe da música “A carne”, interpretada por Elza Soares em 2017, entendendo esse movimento enquanto “desmortificação” do corpo negro, ou seja, um enfrentamento ao histórico de tentativas de apagamento e marginalização de negros e negras na sociedade. Para tanto, contamos com as contribuições de Oliveira (2017) e Deleuze (2002) em suas leituras para entender as teorias de Espinosa sobre as potencialidades do corpo e Arendt (2002), sobre a concepção de esfera pública. Observamos que a emergência das questões raciais, além de se manifestar enquanto possibilidade de desmortificação individual, age também no plano coletivo, onde por meio da arte, mais negros e negras se identificam e ressignificam a própria existência. 


Palavras-chave


Desmortificação; Etnografia de tela; Corpo; Relações raciais; Videoclipe.

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DOI: 10.3895/cgt.v13n42.9495

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