Do pênis atrofiado à mulher-mãe: uma reflexão crítica sobre a mulher freudiana e a possibilidade de uma psicanálise interseccional

Ligia Maria Durski

Resumo


Este artigo investiga o modelo de mulher pressuposto na obra freudiana. Especialmente nos textos em que Freud conceitua o Complexo de Édipo, é possível deduzir um “modelo ideal de mulher” e de expressão da então nomeada “feminilidade normal”. As observações e proposições resultantes de tal investigação foram pensadas a partir dos seguintes itens: 1) a narrativa edipiana, que assume tons racistas, classistas e misóginos na discursividade freudiana; 2) a posição hierarquicamente inferior delegada à feminilidade e à mulher em contraste às figuras da masculinidade e do homem, e; 3) possíveis consequências clínicas e problemas éticos decorrentes da ausência de um exercício crítico e de contextualização das condições de emergência das proposições de Freud. A investigação resultou em uma síntese das formulações do autor sobre a figura da mulher, demonstrando a necessidade de uma visada interseccional que sustente um uso cauteloso e contextual de tal obra, uma vez que esta pode servir como discurso sustentador de tecnologias de gênero.

 


Palavras-chave


Complexo de Édipo; Feminilidade; Interseccionalidade; Psicanálise; Tecnologias de Gênero.

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DOI: 10.3895/cgt.v14n44.12115

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