Os espaços de coworking e suas implicações na dinâmica urbana: estudo de caso de Florianópolis
Resumo
Na esteira dos processos observados em economias urbanas nas quais as principais atividades advêm das economias de inovação, conhecimento e criatividade, verifica-se a ascensão de uma modalidade de trabalho baseada no compartilhamento de endereço, infraestrutura e amenidades comerciais: os espaços de coworking. A relação de tais espaços – cujo surgimento é consensualmente estabelecido a menos de duas décadas nos contextos estadunidense e europeu – com a organização espacial do local em que se inserem tem sido recentemente elaborada na literatura internacional, embora pouco se conheça sobre esse debate no contexto brasileiro. Assim, este artigo intenta situar essa discussão a partir de um estudo de caso na cidade de Florianópolis, cujo desenvolvimento econômico recente tem sido largamente atribuído à economia da inovação, notadamente através das tecnologias de informação e comunicação, assim como à economia criativa. Foram realizadas 9 entrevistas semiestruturadas com sócios e gestores de 11 dos 37 espaços de coworking da cidade, com o objetivo de compreender a motivação e o perfil dos responsáveis pela gestão dos espaços de coworking, bem como aspectos operacionais de seu funcionamento, e ainda capturar o ponto de vista dos entrevistados em relação à interação do espaço com o entorno no qual está inserido. Os resultados sugerem três evidências em relação às práticas espaciais decorridas da disseminação dos espaços de coworking em Florianópolis: (i) seletividade espacial; (ii) habitabilidade compacta; e (iii) refuncionalização do espaço material.
Palavras-chave
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PDFDOI: 10.3895/rbpd.v9n4.13001
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