MADALENA E GERMANA: MULHERES ANULADAS

Marcos Hidemi Lima

Resumo


No romance S. Bernardo (1934), de Graciliano Ramos, existe uma ótica extremamente misógina por parte do narrador-personagem Paulo Honório, seja em relação à sua esposa (Madalena), seja relacionada à mulher jovem, de ascendência negra (Germana).  Nessa narrativa cujos acontecimentos ocorrem entre 1920 e 1930, o ambiente ainda está fortemente marcado pela ordem patriarcal, transformando o narrador num sujeito que não só mantém vivo o velho ditado patriarcal “ranca para casar, mulata para f..., negra para trabalhar” ([1990?], p. 48), apresentado em Casa-grande e senzala, de Gilberto Freyre, bem como o transforma em prática de avaliação das mulheres que o cercam, dividindo-as em mulheres esposáveis e mulheres comíveis, de acordo com a terminologia empregada por Affonso Romano de SantAnna, em O canibalismo amoroso. 

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