"We're all born naked and the rest is drag": técnicas e tecnologias da performance drag queen
Resumo
Este artigo descreve algumas das técnicas da performance drag queen. Ao montar-se, expressão que dá nome ao processo de transformação da expressão de gênero do corpo, o/a artista emprega diversos conhecimentos técnicos que tornam possível a ilusão de um gênero e revelam, a uma só vez, a produção/contingência performativa e tecnológica do próprio gênero. Nos utilizamos de uma metodologia descritiva das técnicas observadas em duas oficinas de maquiagem, combinada com alguns relatos/exemplos históricos de artistas que exerceram a arte drag e, por fim, de tutoriais mais visualizados no Youtube. O objetivo deste trabalho é descrever as técnicas da performance drag queen e, ao explorar este tema, argumentar que tais técnicas também são produtoras de um conhecimento que pode contribuir para uma abordagem mais crítica sobre as técnicas e tecnologias, em que a arte ou performance drag seja, ela própria, compreendida enquanto uma tecnologia de si/de gênero. Não se trata, absolutamente, de dar a estes conhecimentos status científico – como se esta integração fosse necessária para reconhecer estas práticas enquanto conhecimento e saber técnico e tecnológico, ou para fazer justiça social com tais performances, violentamente colocadas à margem da racionalidade e racialidade heteronormativas. O referencial teórico é a teoria da performatividade de gênero de Judith Butler, a noção de tecnologias de si de Michel Foucault, de tecnologias de gênero de Teresa de Lauretis e o mito do ciborgue de Donna Haraway.
Palavras-chave
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PDFDOI: 10.3895/cgt.v15n46.13687
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