ACTIO, Curitiba, v. 3, n. 2, p. 214-236, mai./ago. 2018.
Aluno 8: “Algo que amei muito foram as aulas experimentais, pois quando se
juntam teoria e prática o aprendizado se torna melhor (...). O que mais gostei foi
vendar os olhos e descobrir qual era o alimento, isso fez com que percebêssemos
o funcionamento real de nossas narinas e percebemos como é importante, pois
previne muitos acidentes, sentindo os odores”.
Os alunos realizaram seminários e confeccionaram cartazes sobre os
aromatizantes que continham a função álcool presente em algumas ervas, sendo:
mentol (hortelã), α-terpineol (óleo de pinho), linalol (manjericão), bisabolol
(camomila), eugenol (cravo) e espatulenol (carqueja).
Porém, com relação ao eugenol foi explicado para os alunos que não se trata
de função álcool, mas sim de um fenol.
Solicitou-se aos alunos que relatassem sobre as propriedades, a fonte vegetal
encontrada, suas aplicações e sua nomenclatura na IUPAC, além de, se possível
levarem o material vegetal aos colegas para sentirem o cheiro.
O grupo que abordou sobre o bisabolol levou chá de camomila para a turma
degustar e atendeu às outras questões solicitadas. O grupo citou sobre as
aplicações do bisabolol em produtos pós-barba, formulação pós-depilatória,
lenços umedecidos, desodorantes, produtos para pele e outros produtos de
higiene. O grupo que apresentou sobre o mentol citou suas aplicações em
produtos de higiene, como creme dental, em balas e doces em geral para dar
aroma e sabor, usado para tratar dor de cabeça, o óleo de mentol também trata a
pele como aplicação em aromaterapia, além de aplicação na culinária por seu
sabor e por apresentar propriedades refrescantes. Os demais trabalhos também
atenderam a essa demanda, citando suas aplicações, extrações, história e
importância na saúde, estética, higiene e alimentação.
Para analisar se a TLS auxilia na aprendizagem, solicitamos uma atividade
avaliativa e 86% dos alunos obtiveram nota acima da média. Sabe-se que a nota
não expõe com total validade a aprendizagem em si, sendo necessário avaliar o
aprendizado durante todo o processo de ensino nas sequências didáticas.
Questionando os alunos durante as aulas e corrigindo os exercícios junto deles em
aulas posteriores, os mesmos se mostravam interessados e ativos, buscavam
corrigir suas atividades desenvolvendo, assim, seu aprendizado. Isso é evidenciado
nos depoimentos coletados ao final das sequências, conforme aponta o aluno 9:
“as aulas foram muito produtivas, consegui extrair quase todo o conhecimento”.
A aluna A relata em entrevista:
“Nunca fui bem em química, mas gostei do tema aroma, porque era algo do
dia-a-dia. Me fez olhar o que tinha nas embalagens por causa do trabalho que
peguei, o linalol. [...] me incentivou um pouco a estudar química, eu até tento
aprender, mas tem muita coisa que não entra. Na prova, eu fiz quase tudo. Não fui
tão mal, mas não estudei para prova. E, dava para aprender nas aulas.”
Nisso pode-se perceber que além de aproximarem o conhecimento científico
de seu mundo real, os alunos tiveram a oportunidade de compartilhar seu
conhecimento através da exposição na apresentação oral, e isso possibilitou
debates em torno das curiosidades trazidas pelos alunos, discussões sobre os
conceitos envolvidos na apresentação. Portanto, essa atividade, com efeito,
tornou presente a dimensão pedagógica e epistêmica de forma conjunta.