ACTIO, Curitiba, v. 3, n. 3, p. 399-415, set./dez. 2018.
Posteriormente, o aluno passa a jogar tendo a intervenção do professor, com o
objetivo de relacionar os procedimentos criados na resolução dos problemas do
jogo com a conceitualização matemática.
Este modo de proceder é derivado das experiências pedagógicas da professora
regente, da circulação das ideias no seu ambiente de trabalho e do seu próprio
modo de conceber o ensino, dado que o professor, ao longo da sua vida
profissional, desenvolve modos específicos de propor o trabalho em sala.
Ao utilizar o material concreto para a representação das quantidades de pinos
derrubados, revela-se que a professora prezou por uma forma de registrar a
pontuação de cada grupo de modo que fosse possível a manipulação,
agrupamento, comparação, o que não seria possível se fosse utilizado um registro
numérico, por exemplo.
Comumente em “uma atividade investigativa, a partir de uma dada situação,
a exploração inicial leva à proposição de questões que não estão dadas a priori”
(LAMONATO; PASSOS, 2008, p. 63). Todavia, considerando que nesta faixa etária
os alunos ainda não possuem esta capacidade, esta tarefa ficou sob a
responsabilidade da professora regente, propondo que descobrissem qual grupo
tinha derrubado mais pinos.
Diante das dificuldades explicitadas pelos alunos ao investigarem a situação
proposta, a professora deixou-os livres por um tempo para então continuar a
atividade chamando um representante de cada equipe para resolver a situação.
Isso revela que a professora não estava preocupada em cumprir o currículo ou o
planejamento da aula, mas sim em investigar, respeitando o tempo dos alunos,
não deixando que perdessem o interesse pela atividade.
Revela-se também que a professora utilizou o registro numérico para
sintetizar, ao final da atividade, as conclusões expressadas verbalmente pelos
alunos. Primeiro a socialização, a discussão e as inferências e depois a
sistematização dos resultados.
Uma das atividades foi planejada de modo a considerar diferentes sequências
de figuras geométricas e elevando o grau de dificuldade, misturando cores e
formas. Isso revela a concepção de ensino da professora, como um processo de
construção gradativo, mesmo que investigativo.
A postura da professora regente prezou pela proposição de perguntas que
conduzissem os alunos para o objetivo pensado, desencadeando a cada pergunta
respondida uma nova etapa da atividade. Esta ação de perguntar, segundo Freire
(1996, p. 88) “convoca a imaginação, a intuição, as emoções, a capacidade de
conjecturar, de comparar, na busca da perfilização do objeto”.
A professora utilizou-se de diversas ferramentas que auxiliassem na
compreensão das situações propostas, como cubos, jogo, Tangram e blocos
lógicos. Considerou a linguagem dos alunos como um modo de argumentar,
conjecturar e validar os conceitos estudados, uma vez que o desenvolvimento da
linguagem é o aspecto central dessa fase escolar, pois gera novos esquemas e
favorece a reconstrução daqueles anteriormente formados (BALESTRA, 2007).
Em face dos objetivos cunhados no planejamento da prática – explorar as
noções de adição, a compreensão das ideias de juntar, comparar e contar uma
quantidade maior, identificar as figuras e formas geométricas, observar as