ACTIO, Curitiba, v. 3, n. 3, p. 173 - 196, set./dez. 2018.
assolavam a população. Na sequência, os licenciandos abordaram a expansão do
uso dos perfumes atrelado ao desenvolvimento da indústria da perfumaria, que se
deu nos últimos dois séculos, passando pelo desenvolvimento das águas de colônia
e produtos cosméticos (DIAS; SILVA, 1996; BARRY, 2001; ASHCAR, 2001).
Na abordagem sobre o olfato (T2), foi discutido o papel dos quimiorreceptores
olfativos nas sensações de odor e aroma, além de discussões sobre polaridade das
moléculas (T7), pressão de vapor e volatilidade, que estão intrinsecamente
relacionadas à sensação de odor, já que, as moléculas precisam ser voláteis para
chegarem até as narinas e precisam ser solúveis no muco que reveste o nariz, para
que sejam detectadas pelos quimiorreceptores responsáveis (RETONDO, 2006;
VIDAL; MELO, 2013).
O estudo das forças intermoleculares (T8), juntamente com a noção de massa
molecular das substâncias, foi explorado para discutir a volatilidade das essências
e óleos essenciais quando em contato com diferentes superfícies, como o papel, a
pele e o cabelo, por exemplo (AZEVEDO; QUADROS, 2008).
Houve uma discussão sobre a matéria-prima empregada na perfumaria (T3),
a composição dos óleos essenciais e os diferentes métodos de extração (T4), os
quais dependem da localização dos mesmos, que podem estar nas pétalas de
flores, raízes, folhas de plantas, cascas de árvores ou até mesmo em glândulas de
animais, entre outras possibilidades (DIAS; SILVA, 1996; GUIMARÃES et al., 2000).
Associados a essas discussões, foram abordados os conceitos de solubilidade,
volatilidade e polaridade das substâncias, necessários à compreensão dos
diferentes métodos de extração (T9): por solventes; destilação por arraste de
vapor; CO2 supercrítico; por enfleurage, o qual mergulha pétalas de flores em
gordura; a análise e o isolamento dos componentes dos óleos essenciais por
cromatografia (FILIPPIS, 2001; SILVA et al., 2009; SOLOMONS, 2012).
Um dos tópicos importantes para se problematizar o impacto da atividade
industrial no meio ambiente e na saúde, foi aquele que abordou as essências
sintéticas e artificiais (T5). Sendo denominadas sintéticas aquelas existentes na
natureza, mas que são produzidas industrialmente e, artificiais as substâncias
inexistentes na natureza que são produzidas industrialmente para imitar odores
naturais ou para criar odores completamente diferentes.
Durante as discussões foi possível refletir sobre o risco de extinção de espécies
vegetais e animais exploradas pela indústria e, sobre as vantagens ou
desvantagens de substituir os produtos naturais por artificiais e sintéticos que, se
por um lado ajudam a baratear o custo de produção e preservar as espécies
ameaçadas, por outro lado introduzem no meio ambiente quantidade muito
elevada de substâncias que contribuem com a poluição e até mesmo podem afetar
drasticamente a saúde, como foi o caso, por exemplo, de algumas substâncias que
se descobriu serem alérgenas ou cancerígenas.
Os encontros de elaboração da oficina foram utilizados para que os
licenciandos compartilhassem o resultado de suas pesquisas, permitindo que eles
conhecessem todo o conteúdo explorado em cada um dos tópicos, o que foi feito
através de exposições orais com o apoio de slides e textos produzidos por eles.
Nestes encontros os licenciandos eram incentivados a manifestarem suas dúvidas
e, quando necessário, auxiliarem os colegas na compreensão, tanto dos conteúdos
explorados, quanto das intenções e procedimentos da oficina.