ACTIO, Curitiba, v. 4, n. 1, p. 26-45, jan./abr. 2019.
tempo. Frente a isso, levando em conta o tempo pré-estabelecido para a oficina
de 3h/a, observou-se ser necessário dar ênfase a apenas um desses subtemas.
Desse modo, partindo dos interesses manifestados pelas perguntas dos
estudantes, percebeu-se que o subtema ‘Petróleo e meio ambiente’ seria um bom
problematizador para as atividades da oficina, pois é um assunto continuamente
presente nos meios de comunicação, seja por eventos catastróficos, como o
derramamento de petróleo no fundo do mar, ou por iniciativas de organizações
não governamentais para a prevenção de acidentes ambientais e diminuição dos
diferentes impactos da extração e comercialização do petróleo.
DA CONSTRUÇÃO À REFLEXÃO SOBRE A OFICINA TEMÁTICA
A organização de uma oficina temática deve proporcionar ao aluno um
aprendizado significativo dos conteúdos estudados a partir da contextualização
proporcionada pela resolução de um problema dentro do tema proposto. Segundo
Marcondes (2008) a construção de uma oficina deve considerar uma sequência
que contemple três momentos pedagógicos: problematização, organização e
aplicação do conhecimento.
Segundo Delizoicov et al. (2002), o primeiro momento, o da problematização
inicial, tem como objetivo introduzir o tema ao estudante, o qual dialoga com seu
meio social, para que possa ser realizado um estudo da realidade. É o momento
em que o aluno é confrontado com situações cotidianas buscando formular
hipóteses que respondam a problemática (MUENCHEN; DELIZOICOV, 2012). O
segundo momento pedagógico é o da organização do conhecimento. Nesse
momento, com a devida mediação do professor, os alunos estudam os conteúdos
que serão necessários para a resolução do problema proposto, para que assim, no
terceiro momento, de aplicação do conhecimento, o aluno consiga utilizar os
conceitos aprendidos para analisar, interpretar e buscar respostas à problemática
inicial (MUENCHEN; DELIZOICOV, 2012).
Nesse contexto, para a construção da oficina temática sobre Petróleo e meio
ambiente, os bolsistas decidiram problematizar o tema por meio de um estudo de
caso. Segundo Sá, Francisco e Queiroz (2007), o estudo de caso tem como objetivo
promover a inserção do estudante no contexto que será investigado, fomentando
o pensamento crítico e habilitando-o a resolver problemáticas expostas. Para tal,
é importante que o caso escolhido permita ao aluno se identificar com a situação
e os personagens, pois a “aproximação do contexto do caso com a realidade, pode
incentivar e estimular os alunos na busca de alternativas e consequentemente na
tomada de decisão, que os levarão à solução do caso” (ALBA, 2010, p. 08).
Ademais, como destaca Silva (2007, p. 21) “nesse contato inicial com a
problemática em estudo, é conveniente, para facilitar o entendimento e a
participação, que se utilize uma linguagem mais acessível ao aluno, evitando a
introdução de muitos termos técnicos, da linguagem química”. Assim, com o
intuito de aproximar os estudantes e despertar sua curiosidade, os bolsistas
utilizaram como caso a ser estudado uma troca de mensagens eletrônicas, pelo
aplicativo WhatsApp, entre dois adolescentes conforme ilustrado na Figura 3, no
qual a problematização inicial se deu por meio das mensagens trocadas pelos dois.