ACTIO, Curitiba, v. 3, n. 2, p. 26-42, mai./ago. 2018.
as órbitas dos planetas. No caso da relatividade de Einstein, os primeiros testes da
nova teoria foram a precessão da órbita de Mercúrio e o desvio da luz de estrelas
ao passar muito próximo ao Sol. O estudo dos raios cósmicos impulsionou a física
de partículas elementares, dentre outras descobertas importantes que foram
propulsoras do desenvolvimento da física (FEYNMAN, 2008; LÉPINE, 2005).
Neste contexto, há necessidade de ensinar este tema desde dos anos iniciais
do fundamental para despertar o interesse e entendimento de conceitos dos
fenômenos naturais importantes para a vida do aluno. O ensino de Astronomia é
incorporado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (BRASIL, 1999) e
Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCN+) (BRASIL, 2002) até
nos documentos mais recentes como a BNCC (BRASIL, 2018), onde este tema faz
parte da área do conhecimento Ciências da Natureza na unidade temática “Terra
e Universo” e busca-se:
A compreensão de características da Terra, do Sol, da Lua e de outros corpos
celestes – suas dimensões, composição, localizações, movimentos e forças
que atuam entre eles. Ampliam-se experiências de observação do céu, do
planeta Terra, particularmente das zonas habitadas pelo ser humano e
demais seres vivos, bem como de observação dos principais fenômenos
celestes (BRASIL, 2018, p. 326).
Estudos realizados por Siemsen e Lorenzetti (2017a) mostram que as
pesquisas realizadas com enfoque em apresentar propostas didáticas ao ensino de
Astronomia estão concentradas no ensino médio, especificamente na disciplina de
Física, e os mesmos relatam a necessidade de ampliar os objetivos, público alvo e
problemas dos trabalhos no ensino de Astronomia, a fim de aprimorar a área de
pesquisa em questão, bem como seus reflexos na sala de aula.
Estudos anteriores mostram que o ensino de Astronomia na educação básica
tem como foco a sala de aula e, a maioria, voltada para observar o aprendizado
dos alunos, indicando uma preocupação maior com o desenvolvimento de
atividades para a melhoria do processo de aprendizagem destes (SIEMSEN;
LORENZETTI, 2017b).
Assim, este trabalho vem apresentar uma proposta didática para os
estudantes dos anos iniciais do EF, pois sabe-se que os mesmos se interessam com
facilidade pelas grandezas do universo, como dia e a noite, planetas, estrelas, fases
da lua, os eclipses, etc.
METODOLOGIA
O estudo foi desenvolvido em maio de 2017 em uma escola pública do
município de Salvaterra, Ilha de Marajó, estado do Pará. Foi feito um levantamento
da unidade temática “Terra e o Universo” e elaborada uma atividade de
intervenção pedagógica (DAMIANI et al., 2013) com o uso da modelagem
representacional. A elaboração dos modelos feita pelos alunos, é considerada um
método eficiente de aprendizagem e que proporciona a melhor compreensão dos
conteúdos teóricos (VINHOLI-JUNIOR; GOBARA, 2016), assim como em outros
trabalhos desenvolvidos por Justina e Ferla (2006), Justi (2006), Zierer e Assis
(2010), que abordam o envolvimento de discentes na realização das modelagens
didáticas utilizadas em sala de aula.