ACTIO, Curitiba, v. 3, n. 2, p. 98-115, mai./ago. 2018.
Em A
EQ(4)
Souza e Arroio (2010) chamam a atenção para o aprendizado da escrita
científica pelos estudantes. Atentam para as características específicas dessa linguagem
que, de um modo geral, consiste em: estrutura, impessoalidade, clareza-objetividade,
concisão e continuidade. Nessa direção, com atenção para aspectos da linguagem
científica, Oliveira, Porto e Queiroz (2010), em A
EQ(3),
relatam uma atividade avaliativa na
qual graduandos em química produziram textos no formato de artigos científicos. O
objetivo foi verificar se os estudantes conseguem, ao avaliar um texto, distinguir os
diversos elementos que caracterizam o discurso científico, revelando, assim, indícios de
apropriação desse discurso.
Barros et al (2012, p. 01), em A
EQ(7),
desenvolveram uma atividade de leitura de textos
científicos com o intuito de problematizar as características da linguagem científica. O
objetivo era “aprimorar a capacidade de leitura de textos dessa natureza por alunos de
graduação em Química.” A partir da problematização dessas características, os autores,
observaram “melhoras na apropriação da linguagem científica”, por parte dos estudantes.
Nessa direção, Garcia et al (2012), em A
EQ(8),
realizaram uma prática semelhante pois
visaram,
desenvolver a capacidade argumentativa escrita dos graduandos em química,
bem como compreender se e, em que medida, o contato com variados textos
científicos influencia a apropriação da linguagem científica, foi efetuada e
leitura de textos científico, os quais foram utilizados como modelo para a
produção dos relatórios. Os textos foram lidos e discutidos em sala de aula
no que diz respeito ao conteúdo, à forma e às características científicas do
texto (GARCIA et al, 2012, p.4).
Freitas e Quadros (2014) analisaram em A
EQ(16)
os níveis de apropriação da linguagem
científica por um grupo de estudantes ao explicar sobre um fenômeno químico trabalhado
em sala de aula. Elas partem da premissa de que,
aprender ciências implica aprender ou se apropriar da linguagem dessa
ciência. Para isso os estudantes precisam perceber a relação entre a
explicação que possuem para um determinado fenômeno com a explicação
científica e optar pela que lhes parecer mais adequada à explicação (FREITAS;
QUADROS, 2014, p.1).
Num outro viés de análise, ainda em relação ao uso correto dos termos científicos,
Medina et al (2010) alertam em A
EQ(1)
, para importância da análise e releitura de livros
didáticos para desfazer os equívocos cometidos em relação a determinados conceitos. Para
eles (2010, p. 3) “o emprego de palavras inadequadas é um obstáculo na aprendizagem de
certos conceitos químicos (átomo, íon, molécula) e fenômenos (químicos e físicos)”. Nessa
mesma direção, Batiston, Silva e Kiouranis (2012, p. 7) afirmam em A
EQ(6)
que “as
dificuldades que os estudantes têm na comunicação da linguagem química”, decorre da
simbologia e representação muito específica. Ou seja, aprender química requer
compreender a sua linguagem. Com isso, reiteramos a importância da atenção para as
especificidades da linguagem química em diferentes instâncias formativas, na formação
inicial para que o professor formador ajude o licenciando a tomar consciência das
especificidades da linguagem química com a preocupação de se tornar um intermediador
potencial da mesma em sala de aula, qualificando o processo de ensino e aprendizagem.
Considerando a relação do aprender química com a especificidade da sua linguagem,
as autoras Flôr e Cassiani (2012, p. 3) em A
EQ(9)
trazem uma reflexão teórica apresentando
um questionamento acerca de “qual química ensinar” e apontam que “a ciência utiliza uma
linguagem própria e diferenciada para escrever e descrever os fenômenos da natureza”. E
que para aprender e compreender tal linguagem é necessário estar iniciado na mesma, isso
implica a necessidade da atenção para os modos de ensino e de aprendizagem em sala de