ACTIO, Curitiba, v. 3, n. 2, p. 1-17, mai./ago. 2018.
no contexto escolar. Elas passaram a ser implantadas por terem a capacidade de
desenvolver habilidades e a observação de fenômenos, além de estimular o
contato com o mundo físico (LABURÚ et al., 2011). Segundo Krasilchik (1987), a
inclusão de práticas laboratoriais no currículo também tinha por objetivo a
formação de futuros profissionais nas áreas científicas e tecnológicas. Na mesma
década, vários estudos e projetos sobre atividades experimentais passaram a ser
desenvolvidos, tendo como justificativa o grande desenvolvimento da Ciência e da
Tecnologia e suas implicações na sociedade.
O trabalho de laboratório pode ser realizado visando diversos objetivos, por
exemplo, para demonstrar um fenômeno, ilustrar uma teoria, coletar dados, testar
uma hipótese, desenvolver habilidades básicas de observação ou medida, adquirir
familiaridade com os equipamentos e materiais, etc. (HODSON, 1989). Os
experimentos têm a capacidade de ir além da mera observação sem
questionamento, podendo motivar ou instigar o aluno a propor raciocínio,
conhecimento teórico, diálogo, trabalho em equipe. Gerando várias questões
didáticas como: o método científico é mais poderoso e efetivo quando é capaz de
manipular os eventos, onde muitos dos eventos observados durante os
experimentos não ocorrem no mundo natural. Em tais circunstâncias, a
abordagem experimental é capaz de obter informações consideravelmente mais
detalhadas e precisas do que as que se originam de observações passivas
(HACKING, 1983).
Ao realizar um levantamento de alguns trabalhos da área de ensino de ciências
percebemos que pesquisadores brasileiros têm colocado o laboratório como
objeto de seus estudos. Paixão e Pereira (2012), realizaram uma pesquisa em
quatorze escolas da cidade de Santarém-PA, que possuem laboratórios
multidisciplinares. Entrevistaram professores que atuam nesses espaços, com o
objetivo de investigar quais as dificuldades e enfrentamentos ao desenvolverem
atividades experimentais. Como resultado destacaram que, apesar do espaço
pedagógico ser um recurso didático eficiente, necessita de suporte e adequações,
tanto administrativas quanto estruturais favoráveis para contribuir com as
atividades permanentes do laboratório; os professores lotados nesse espaço,
necessitam de formação para articularem a função do laboratório didático com o
currículo da educação básica; cursos de formação continuada, com atividades
teóricas e experimentais de ciências para que os profissionais lotado neste espaço
escolar tenham condições de auxiliar os professores de sala de aula no
desenvolvimento de atividades experimentais nas áreas de química, física e
biologia.
Freitas et al. (2013), pesquisaram os laboratórios didáticos de ensino de
escolas da cidade de Viçosa, MG, com o objetivo de avaliar a infraestrutura,
mobiliário, materiais e equipamentos presentes nesses locais. Os resultados
mostraram que dois terços das escolas públicas pesquisadas não possuem
laboratório e as condições são precárias em muitos pontos, principalmente em
relação à segurança. Assim, tais espaços estão despreparados no aspecto da
segurança, negligenciando normas básicas (FREITAS et al., 2013). A escassez de
equipamentos de segurança e a armazenagem imprópria de reagentes e materiais
configuram um risco real aos alunos. Dessa forma, os autores apontam que, para
mudar esse quadro serão necessárias mais pesquisas na área. Visto que é evidente