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ACTIO, Curitiba, v. 3, n. 2, p. 1-17, mai./ago. 2018.
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Um estudo sobre as condições estruturais e
materiais dos laboratórios didáticos de
ciências das escolas públicas de
Dourados/MS
RESUMO
Ademir de Souza Pereira
ademirpereira@ufgd.edu.br
orcid.org/0000-0002-3635-7349
Universidade Federal da Grande
Dourados (UFGD), Dourados, MS, Brasil.
Crislaine Mandacari
crislainemandacari@hotmail.com
orcid.org/0000-0001-5646-7740
Universidade Federal da Grande
Dourados (UFGD), Dourados, MS, Brasil.
Esse trabalho apresenta uma pesquisa sobre a situação dos laboratórios de ciências e
química em seis escolas públicas da rede estadual de ensino, na cidade de Dourados/MS. O
estudo foi realizado a partir da compreensão dos professores das escolas. O tema
laboratório escolar é muito discutido na área de ensino de ciências, pois tais espaços
pedagógicos não podem cair em desuso. A pesquisa foi realizada na cidade de
Dourados/MS, em escolas públicas da rede estadual de ensino, as quais possuíam
laboratório de ciências/química; e possui um caráter da pesquisa qualitativa. Os dados
foram constituídos por meio de entrevista semiestruturada e os sujeitos foram os
professores de química da escola ou professor lotado no laboratório didático. O contexto
da pesquisa envolveu etapas da pesquisa exploratória, pesquisa descritiva e pesquisa de
campo. Com o resultado, foi possível identificar que as atividades experimentais são pouco
utilizadas devido à falta de professor ou técnico lotado no laboratório; e dificultada pela
falta de conhecimento a respeito do descarte de resíduos, falta de investimento na compra
de materiais e reagentes, falta de equipamentos e condições para confecção de materiais
alternativos. Além disso, o trabalho aponta para a necessidade da realização de pesquisas
com a finalidade de sanar e/ou melhorar a utilização dos laboratórios escolares, sempre
visando o ensino-aprendizado de qualidade para os alunos.
PALAVRAS-CHAVE:
Laboratório didático. Experimentação. Ensino de química.
ACTIO, Curitiba, v. 3, n. 2, p. 1-17, mai./ago. 2018.
INTRODUÇÃO
O uso do laboratório de ciências no contexto escolar pode contribuir no
processo de ensino e aprendizagem, pois possibilita que o aluno participe da
atividade de demonstração, de verificação ou de investigação, assim classificadas
por Hodson (1988). Desta forma, poderá ser criado um ambiente de aprendizagem
que permita ao aluno realizar observações, anotações e reflexões com a finalidade
de relacionar o conceito teórico ao científico. Além disso, conforme a dinâmica de
sala de aula, o aluno poderá aprender sobre a ciência e o trabalho do cientista. A
importância do uso do laboratório é apontada por pesquisadores da área
(HODSON, 1988; BORGES, 2002; LABURÚ, 2001; TAMIR, 1976), como um recurso
que deve ser explorado para o ensino de ciências na educação básica, com a
mediação do professor em todas as etapas do processo.
A partir deste contexto dos laboratórios escolares, investigamos o uso dos
laboratórios de ciências/química, na cidade de Dourados, MS; localizada no centro
sul do Estado, em termos populacionais é considerada a segunda maior cidade do
estado do Mato Grosso do Sul, possui seis escolas que contam com laboratórios
didáticos de ciências/química. Tais espaços foram implementados ao longo dos
anos; seja por meio de reivindicação dos professores das escolas, perante a
secretaria de educação, ou por meio de convênio realizado com universidades da
região, que em alguns casos, disponibilizaram materiais, reagentes e
equipamentos; ou ainda, pela implementação do governo estadual que
disponibilizou o espaço físico para implantação do laboratório em algumas destas
escolas.
As inquietações e questionamentos que este cenário suscitou são: quais as
possíveis dificuldades e enfrentamentos dos professores que utilizam esse espaço?
Como são conduzidas as atividades experimentais no ensino de ciências/química
nas escolas que possuem laboratório? A presença de um laboratório nas escolas
ameniza a carência das atividades experimentais no ensino de química? Como se
dá a organização da escola, na dinâmica do laboratório?
Dessa forma, são colocados como objetos de estudo os laboratórios didáticos
de ciências/química. São lugares onde muitas atividades experimentais são
realizadas e que devem colaborar para o processo de ensino e aprendizagem em
ciências. Assim, descobrir os problemas e dificuldades relacionados a cada
contexto de uso dos laboratórios pode subsidiar futuras ações que potencializem
a utilização destes espaços e evite que se tornem obsoletos.
A partir desses apontamentos, a pesquisa teve como objetivo investigar a
situação dos laboratórios didáticos de ciências na cidade de Dourados/MS, com o
intuito de subsidiar futuras discussões para a fomentação de políticas públicas que
se preocupem com a adequação/manutenção desses espaços na escola.
O USO DO LABORATÓRIO DIDÁTICO NAS ESCOLAS
O laboratório didático de ciências naturais tem sido foco de muitos trabalhos
de pesquisa em ensino (MOREIRA; LEVANDOWSKI, 1983; HODSON, 1988;
CARVALHO, 2001; CARVALHO; PEIXE, 2010; PEREIRA; PAIXÃO, 2012). No Brasil, a
partir da década de 60 as atividades laboratoriais começaram a ser mais difundidas
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no contexto escolar. Elas passaram a ser implantadas por terem a capacidade de
desenvolver habilidades e a observação de fenômenos, além de estimular o
contato com o mundo físico (LABURÚ et al., 2011). Segundo Krasilchik (1987), a
inclusão de práticas laboratoriais no currículo também tinha por objetivo a
formação de futuros profissionais nas áreas científicas e tecnológicas. Na mesma
década, vários estudos e projetos sobre atividades experimentais passaram a ser
desenvolvidos, tendo como justificativa o grande desenvolvimento da Ciência e da
Tecnologia e suas implicações na sociedade.
O trabalho de laboratório pode ser realizado visando diversos objetivos, por
exemplo, para demonstrar um fenômeno, ilustrar uma teoria, coletar dados, testar
uma hipótese, desenvolver habilidades básicas de observação ou medida, adquirir
familiaridade com os equipamentos e materiais, etc. (HODSON, 1989). Os
experimentos têm a capacidade de ir além da mera observação sem
questionamento, podendo motivar ou instigar o aluno a propor raciocínio,
conhecimento teórico, diálogo, trabalho em equipe. Gerando várias questões
didáticas como: o método científico é mais poderoso e efetivo quando é capaz de
manipular os eventos, onde muitos dos eventos observados durante os
experimentos não ocorrem no mundo natural. Em tais circunstâncias, a
abordagem experimental é capaz de obter informações consideravelmente mais
detalhadas e precisas do que as que se originam de observações passivas
(HACKING, 1983).
Ao realizar um levantamento de alguns trabalhos da área de ensino de ciências
percebemos que pesquisadores brasileiros têm colocado o laboratório como
objeto de seus estudos. Paixão e Pereira (2012), realizaram uma pesquisa em
quatorze escolas da cidade de Santarém-PA, que possuem laboratórios
multidisciplinares. Entrevistaram professores que atuam nesses espaços, com o
objetivo de investigar quais as dificuldades e enfrentamentos ao desenvolverem
atividades experimentais. Como resultado destacaram que, apesar do espaço
pedagógico ser um recurso didático eficiente, necessita de suporte e adequações,
tanto administrativas quanto estruturais favoráveis para contribuir com as
atividades permanentes do laboratório; os professores lotados nesse espaço,
necessitam de formação para articularem a função do laboratório didático com o
currículo da educação básica; cursos de formação continuada, com atividades
teóricas e experimentais de ciências para que os profissionais lotado neste espaço
escolar tenham condições de auxiliar os professores de sala de aula no
desenvolvimento de atividades experimentais nas áreas de química, física e
biologia.
Freitas et al. (2013), pesquisaram os laboratórios didáticos de ensino de
escolas da cidade de Viçosa, MG, com o objetivo de avaliar a infraestrutura,
mobiliário, materiais e equipamentos presentes nesses locais. Os resultados
mostraram que dois terços das escolas públicas pesquisadas não possuem
laboratório e as condições são precárias em muitos pontos, principalmente em
relação à segurança. Assim, tais espaços estão despreparados no aspecto da
segurança, negligenciando normas básicas (FREITAS et al., 2013). A escassez de
equipamentos de segurança e a armazenagem imprópria de reagentes e materiais
configuram um risco real aos alunos. Dessa forma, os autores apontam que, para
mudar esse quadro serão necessárias mais pesquisas na área. Visto que é evidente
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que muitos dos laboratórios didáticos brasileiros encontram-se sucateados por
falta de investimentos dos órgãos públicos competentes.
Nessa mesma vertente, Pereira e Paixão (2012), também apontam que a
escola mude a postura e encare o espaço como um local em potencial não somente
para as disciplinas de química, física e biologia, mas incentive todo o corpo docente
a elaborar e desenvolver projetos interdisciplinares, pois o laboratório é um
espaço que pode articular todas as disciplinas da grade curricular. Dantas e
Santos (2014) apontam sobre a falta de manutenção dos laboratórios didáticos e
a falta de materiais para realizar as atividades experimentais.
Berezuk e Inada (2010), realizaram uma pesquisa na cidade de Maringá-PR, no
qual avaliaram as condições dos laboratórios didáticos e sua frequência de uso,
pois a falta de materiais laboratoriais e as más condições estruturais poderiam
levar à diminuição da frequência das aulas experimentais. Foi constatado que as
condições de utilização dos laboratórios didáticos nas escolas apresentaram
diferenças bem contrastantes, principalmente no aspecto de infraestrutura e
condições materiais, além disso, indicam que as escolas públicas têm dificuldades
em manter os laboratórios pela falta de recursos, enquanto as escolas particulares
dispõem de recursos para investirem nestes ambientes, adquirindo equipamentos
(BEREZUK; INADA, 2010). Outro apontamento realizado foi em relação à segurança
no laboratório, pois é necessário que as escolas se adequem às normas de
segurança e acompanhem de perto as aulas em ambientes laboratoriais, não
submetendo os alunos a espaços que ofereçam periculosidade.
Carvalho e Peixe (2010) investigaram a situação dos laboratórios de Biologia,
Física e Química das escolas de Ensino Médio da Rede Pública Estadual, do Núcleo
Regional de Educação/NRE, de Curitiba-PR, que contribuam para a definição de
uma política pública para os laboratórios escolares. Por meio de pesquisa
exploratória, descritiva e de campo, analisaram aspectos que pudessem contribuir
para a futuras ações (curto, médio e longo prazo) na criação de políticas públicas
para manutenção desses espaços nas escolas.
A existência dos laboratórios escolares, por si só, não garante a aprendizagem.
É essencial que o professor da escola entenda a função do laboratório didático
dentro do contexto escolar e proponha situações de aprendizagem que façam uso
do laboratório como uma ferramenta didática que possa contribuir com a
construção do conhecimento científico.
ASPECTOS METODOLÓGICOS
A pesquisa foi realizada na cidade de Dourados/MS, em escolas públicas da
rede estadual de ensino, as quais possuíam laboratório de ciências/química. As
informações foram coletadas por meio de entrevista semiestruturada e os sujeitos
entrevistados foram os professores de química da escola ou professor lotado no
laboratório didático.
A organização da proposta de investigação segue a proposta de Carvalho e
Peixe (2010), que ao investigarem os laboratórios escolares, realizaram pesquisa
exploratória, pesquisa descritiva e pesquisa de campo. Nesta pesquisa, o enfoque
exploratório, teve como foco principal, realizar um levantamento das escolas que
possuem laboratório didático de ciência/química, na cidade de Dourados/MS,
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neste trabalho, denominadas escolas A, B, C, D, E e F. A pesquisa descritiva visou
averiguar as condições físicas, materiais e humanas dos laboratórios com a
finalidade de identificar os condicionantes para o uso do laboratório pelos
professores das áreas de Ciências (Química, Física e Biologia). A pesquisa de
campo, possibilitou a observação direta dos laboratórios, bem como, as
compreensões dos envolvidos, diretores e professores. Neste contexto,
destacamos duas figuras: a do professor de sala de aula e a do professor lotado no
laboratório.
A partir da interação dos pesquisadores com o campo escolar, surgiram as
seguintes inquietações: quais são as possíveis dificuldades e enfrentamentos dos
professores que utilizam esse espaço? Como têm sido conduzidas as atividades
experimentais no ensino de química nas escolas que possuem laboratório? A
presença de um laboratório nas escolas ameniza a carência das atividades
experimentais no ensino de química? Como se a organização da escola na
dinâmica do laboratório?
A pesquisa foi mediada pela metodologia de pesquisa qualitativa. Conforme
Bogdan e Biklen (1994), a abordagem da investigação qualitativa exige que o
mundo seja examinado com a ideia de que nada é trivial, que tudo tem potencial
para construir uma pista que nos permita estabelecer uma compreensão mais
esclarecedora do nosso objeto de estudo.
É importante ressaltar que as características mencionadas logo acima não
devem ser vistas como regras a serem seguidas com rigidez, pois o próprio
entendimento do que é pesquisa qualitativa, apresenta uma visão de que o
conhecimento esteja em sintonia com procedimentos como entrevistas, análises
de vídeos, que envolvem interpretação e flexibilidade no exame.
Para a constituição dos dados, foi elaborado um relatório de campo para cada
escola, de forma que contemplasse a metodologia descrita nesse trabalho. Após
isso, este material foi submetido a intensa reflexão para que fosse possível
interpretar as informações e conclusões concomitantes com os objetivos traçados.
Assim, para a interpretação dos dados constituídos por meio de entrevista,
buscou-se descrever a realidade dos laboratórios didáticos analisando-os em sua
riqueza, respeitando os limites éticos e morais na interpretação, conforme a
compreensão dos professores.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir da proposta de organização metodológica de Carvalho e Peixe (2010),
os dados foram constituídos e agrupados em quatro categorias, de acordo com o
conjunto de informações levantadas nos enfoques das pesquisas: pesquisa
exploratória, pesquisa descritiva e pesquisa de campo. As categorias foram:
Situação dos laboratórios, Elaboração e preparo das aulas, Utilização do
laboratório e Aquisição de materiais. Devese considerar que a criação dos
laboratórios nas escolas, aconteceu em diferentes momentos ao longo da história
da educação na cidade de Dourados, e por isso, apresenta diferentes contextos
sociais e estruturais.
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SITUAÇÃO DOS LABORATÓRIOS
A Escola A, possui quatro laboratórios didáticos, um para cada área: química,
física, biologia e matemática. No entanto, nenhum material, reagente ou
equipamento é disponibilizado para a realização das atividades experimentais, e
por isso, o laboratório é raramente utilizado pelos professores. Corroborando com
as ideias de Dantas e Santos (2013), ao apontarem que as dificuldades para a
realização das atividades experimentais podem estar relacionadas à falta de
materiais e de manutenção. Os materiais utilizados são de baixo custo e de fácil
aquisição; visto que professores e alunos adquiriram ao longo dos anos.
A Escola B, possui um laboratório de ciências que é considerado
multidisciplinar, pois abrange as disciplinas de química, física e biologia.
O laboratório da Escola C, foi construído no ano de 2014, no lugar onde era a
biblioteca. A direção conseguiu recursos financeiros para adequar o espaço para
atender as disciplinas de química, física, biologia e demais áreas.
A Escola D e E também possuem quatro laboratórios didáticos, para cada uma
das áreas. No entanto, a escola E, possui uma professora de biologia que atua neste
espaço para atender as disciplinas de química, física e biologia, que foi possível
após acordo com a SED/MS, com a cedência de uma professora para atender as
necessidades do laboratório que pudesse auxiliar as atividades experimentais dos
professores.
Os laboratórios das escolas B, C, D, E e F, são constituídos de vidrarias,
reagentes, microscópios, modelos didáticos de química e biologia e materiais para
desenvolverem aulas básicas de física, materiais didáticos alternativos de baixo
custo para todas as áreas, materiais adquiridos por meio de aulas de campo, como
insetário e modelos didáticos para as aulas de biologia.
A partir dessa análise preliminar foi possível apontar que a maioria das escolas
possui as mínimas condições materiais para desenvolver atividades experimentais
básicas nas disciplinas da área de ensino de ciências. Todos os laboratórios
possuem pias e torneira em bom funcionamento, bancadas que variam entre si,
em suas medidas. Três laboratórios possuíam armários para acondicionamento de
reagentes e vidrarias. Em relação a iluminação do ambiente, somente uma escola
possuía iluminação inadequada, ou seja, não supria a necessidade de iluminação
do ambiente.
ELABORAÇÃO E PREPARO DAS AULAS
Em relação ao preparo das aulas experimentais, em duas escolas (B e C), os
professores da disciplina de química disponibilizavam um horário extra para
preparar suas aulas, ou organização do espaço, pós aula.
Nas Escola D e F, que possui o subprojeto PIBID de Química, são os bolsistas
que auxiliam no preparo das atividades experimentais e ajudam a professora
regente. Na Escola E, a professora de laboratório preparava previamente as aulas
com o auxílio do professor da disciplina, proporcionando dinamismo nas aulas e
nas atividades.
ACTIO, Curitiba, v. 3, n. 2, p. 1-17, mai./ago. 2018.
Foi possível verificar que somente uma escola possuía professor de
laboratório e os professores das demais escolas apontam sobre a necessidade de
ter este profissional, pois ajudaria na dinâmica das aulas. Relatam que o trabalho
se torna ainda mais cansativo quando preparam as atividades um dia antes e
obrigatoriamente disponibilizam um período a mais para organizarem o
laboratório. Nas escolas que possuem o projeto PIBID, a dinâmica das aulas é
facilitada pelos bolsistas, que auxiliavam os professores supervisores no preparo e
na execução das atividades experimentais. Dessa forma, o professor pode realizar
tanto atividades experimentais demonstrativas, quanto investigativas, com auxílio
em todas as etapas da realização do experimento.
Em relação às atividades experimentais demonstrativas, os professores
investigados revelaram esta modalidade é a que mais representa suas atividades
desenvolvidas nos laboratórios. De acordo com Gaspar e Monteiro (2005),
[...] as atividades experimentais de demonstração em sala de aula, tanto
quanto as atividades tradicionais de laboratório realizadas por grupos de
alunos com orientação do professor, apresentam dificuldades comuns para a
sua realização, desde a falta de equipamentos até a inexistência de
orientação pedagógica adequada (p. 227).
Tais atividades podem ser utilizadas com um número reduzido de
equipamentos e reagentes, de maneira que o professor problematize as situações
e conduza a investigação por meio de questionamentos.
Gimenez et al., (2006) realizaram um levantamento das condições
laboratoriais das escolas em Londrina/PR e apontam para a necessidade de
“planejamento de atividades de ensino envolvendo cronogramas previamente
preparados, o gerenciamento de aquisição e o uso adequado dos reagentes
contribuem para a otimização da utilização dos reagentes (p. 35)”, para que os
produtos das atividades não se tornem resíduos. Além disso, o professor deve
avaliar se o produto gerado, pode ser reutilizado em uma futura atividade
experimental.
Passamos a refletir sobre o preparo das aulas, que também demandam tempo
e horários extra sala de aula, no qual o professor deverá testar um experimento
levando em consideração diversos fatores, tais como, segurança no laboratório,
adequação do experimento a realidade da escola e disponibilidade de materiais e
reagentes. Mas que também nos leva a pensar na relação entre o significado do
laboratório e a realização das atividades experimentais. Perante esta realidade
corriqueira, no qual o professor possui um horário reduzido na escola e não dispõe
de um profissional para auxiliar nas atividades experimentais, passamos a refletir
no sentido do laboratório de ciências/química para os professores que atuam
neste espaço. Será que ensinam o que e como gostariam de ensinar?
De modo geral, os professores relataram suas compreensões sobre a função
da universidade, apontando a necessidade de se promover cursos que auxiliem os
professores a elaborarem atividades experimentais que possam ser realizadas na
escola. Mas a promoção de tais cursos não irá resolver alguns condicionantes das
atividades experimentais nas escolas.
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UTILIZAÇÃO DO LABORATÓRIO
Nas escolas B, C e E o laboratório é utilizado pelos professores da disciplina de
química, geralmente, uma vez por bimestre em cada turma que ministram aulas.
Os professores alegam que o motivo dessa baixa frequência de atividades
experimentais es relacionado à falta de tempo e ao extenso conteúdo curricular,
pois acreditam que é necessário cumprir primeiro o conteúdo para que em seguida
possa ser trabalhado a atividade experimental com os alunos.
Nas Escola D e F, que possui o projeto PIBID, as atividades no laboratório
ocorrem com mais frequência, pois são os bolsistas quem elaboraram as atividades
experimentais e auxiliam a professora supervisora.
É possível verificar que em relação à pouca utilização dos laboratórios, muitos
professores apontam que a falta de tempo para a aplicação da atividade é um fator
condicionante. Relatam o fato da grade curricular do ensino médio, possuir poucas
aulas de química por semana, dificuldade que os professores cumpram o conteúdo
curricular e trabalhem a atividade experimental. É possível perceber a constante
preocupação em cumprir o conteúdo de química.
Nas escolas que possuem o projeto PIBID, a frequência de utilização do
laboratório é maior, pois as dinâmicas das aulas são facilitadas pelos bolsistas que
auxiliam os professores supervisores no preparo e na execução das atividades
experimentais. Nascimento (2003) comenta que “os experimentos facilitam a
compreensão da natureza da ciência e dos conceitos científicos, auxiliam no
desenvolvimento de atitudes científicas e no diagnóstico de concepções não-
científicas. (p. 7)” Isso favorece o despertar do interesse pelo conhecimento
científico. Os experimentos não apenas facilitam a compreensão do conteúdo, mas
torna as aulas mais dinâmicas. Já para Krasilchik (2004), “somente nas aulas
práticas os alunos enfrentam os resultados não previstos, cuja interpretação
desafia sua imaginação e raciocínio (p.10)”. Sendo assim a atividade experimental
permitirá que os alunos vivenciem diferentes etapas como: manipulação,
observação, investigação, interpretação, os erros e limitações dos experimentos
que demonstram o difícil trabalho científico.
No entanto, Berezuk e Inada (2010) apontam o laboratório, como importante
instrumento pedagógico no ensino e ciências, mas não essencial, pois também
existem outras atividades que podem ser importantes como as atividades de
campo, que também é uma atividade prática que pode ser explorada no ensino de
ciências/química e associada com as atividades experimentais.
É importante ressaltar que a atividade experimental pode ser utilizada em
qualquer momento do conteúdo de ciências/química. Foi possível perceber que
alguns professores defendiam que o experimento deveria ser executado após o
conteúdo ser ministrado, pois assim, seria possível “comprovar a teoria estudada”.
No entanto, as atividades experimentais rompem esta barreira, podendo ser
utilizado antes, durante ou depois do conteúdo ministrado, dependendo do
planejamento do professor.
Algumas situações levam a possíveis reflexões sobre os motivos que alguns
professores demonstram receio em levar os alunos para o espaço do laboratório,
tais, como:
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Infere-se que, entre as possíveis variáveis para a pouca utilização dos
laboratórios por parte dos professores, esuma sensação de insegurança
quando de sua utilização. Sair do espaço convencional de aulas, onde os
alunos estão sentados em suas respectivas carteiras ou, se em movimento,
limitados em sua ação, para adentrar nos laboratórios, requer pensar com
cuidado (CARVALHO; PEIXE, 2010, p.47).
O comportamento dos alunos é algo que preocupa grande parte dos
professores, pois é uma situação que pode provocar incidentes dentro do
laboratório, mesmo havendo toda a discussão a respeito de segurança ao realizar
atividades experimentais.
Ao que parece alguns professores relataram que a função do laboratório
dentro do contexto escolar é servir para apoio para alguns projetos que são
realizados nas escolas. Tal apoio se refere a disponibilidade física de
acondicionamento de materiais ou mesmo reuniões com professores e alunos.
AQUISIÇÃO DE MATERIAIS
Em todas as escolas, os materiais laboratoriais foram adquiridos por meio de
projetos mediados pela secretaria de educação do estado de Mato Grosso do Sul
(SED/MS), ou por projetos vinculados com as universidades da região. Na escola D
os reagentes utilizados no laboratório, foram adquiridos por meio do projeto PIBID
que desenvolve atividades de química e biologia. A administração das escolas
apoia a utilização dos laboratórios, maso disponibiliza recursos financeiros para
reposição de material quando o danificados. Apenas as escolas C e D, em que
não ocorre a substituição destes materiais, mas acontece doações de professores
e alunos por meio de materiais alternativos.
Os diferentes projetos de implementação destes laboratórios não previam a
sua manutenção. Neste sentido, foi possível verificar que os projetos tiveram
relevância para a criação destes laboratórios, mas os espaços requerem
manutenção e investimentos. Um dos professores entrevistados comentou que
uma forma de incentivar as atividades, pode ser a reposição e aquisição de
materiais e reagentes. No entanto, exigiria da SED/MS a postura de se
responsabilizar com a criação de um setor que monitorasse este espaço na escola.
A aquisição de materiais, reagentes e vidrarias, tem sido um fator que dificulta
a realização de uma atividade experimental. No entanto, existe a possibilidade de
utilizar materiais de fácil acesso, como os produtos encontrados em
supermercados. Outra maneira de superar tal obstáculo é a utilização da
experimentação demonstrativa que possibilidade a utilização de um experimento
que possa ser visualizado por todos os alunos da sala. E neste direcionamento, o
professor poderá problematizar a atividade, com o auxílio da atividade
demonstrativa.
Outra alternativa é a utilização de materiais alternativos e de baixo custo, que
podem ser adquiridos com recursos da secretaria de educação. Dependendo do
experimento selecionado haverá geração de resíduos com baixa toxicidade, que
poderá ser descartado no lixo comum ou na pia.
Quando pensamos em recursos destinados para o funcionamento de um
laboratório, apontamos para a responsabilidade dos órgãos gestores de manterem
ACTIO, Curitiba, v. 3, n. 2, p. 1-17, mai./ago. 2018.
o funcionamento deste espaço para que garanta a realização das aulas ao longo
dos anos. Ao que parece o simples fato de criar um laboratório, já garante as aulas
com atividades experimentais ao logo dos anos e a falta de investimentos, reforça
este pensamento. Qual o compromisso e entendimento dos órgãos gestores com
o laboratório de ciências/química na educação básica?
TRATAMENTO DE RESÍDUOS
De acordo com Jardim (1998), gerenciar resíduos não é, necessariamente,
eliminá-los, mas sim, reduzir a produção destes. No entanto, alguns
procedimentos inadequados podem conduzir a situações de risco, como por
exemplo:
[...] possibilidades de incêndios, explosões, derramamentos e contatos
acidentais com soluções corrosivas e xicas, exposições à gases e vapores
tóxicos, calor excessivo, entupimentos e avarias nas redes de esgotamento
sanitário, com danos muitas vezes irreversíveis à vida humana, ao patrimônio
e ao meio ambiente” (FIGUERÊDO, 2006, p. 24).
Neste direcionamento, Gimenez et al., (2006) apontam para a implementação
de uma política interna de gerenciamento de resíduos nas escolas para que se
possa despertar em professores e alunos a compreensão da importância da
percepção ambiental no ensino de ciências/química. Além de estar de acordo com
os princípios da química verde.
Em todas as escolas, os resíduos produzidos no laboratório o descartados
na pia. Os professores de química relatam que preferem realizar experimentos que
gerem resíduos que possam ser descartados na pia, pois a escola não disponibiliza
forma adequada de descarte ou tratamento para os resíduos gerados.
A partir da compreensão de descarte presente no contexto escolar,
apontamos que é adequado ter disponível um local para descarte apropriado para
tais resíduos. Assim reforçaria a conscientização dos alunos, no que diz respeito a
educação ambiental. Os resíduos não estão de acordo com o preconizado pelas
normas de segurança e descarte; pois em geral, pode causar danos físicos aos
encanamentos ou mais graves, como danos ambientais.
Conforme, Souza (2014), os laboratórios das escolas geram resíduos químicos
devido as atividades executadas pelos alunos, então torna-se inquestionável a
geração de resíduos, mesmo que em pequenas quantidades. Os resíduos
produzidos nesses laboratórios, são pouco investigados, abrindo dessa forma, um
campo para investigação dentro do contexto escolar. Na maioria das escolas o
há gestão de resíduos devido à falta de um órgão fiscalizador e o descarte
inadequado ainda continua ocorrendo (JARDIM, 1998), como também foi
identificado nesta pesquisa.
Além disso, muitas vezes, os reagentes não estão armazenados de forma
correta, o que ocasiona perda na qualidade do material, implicando maior
consumo nas aulas práticas, gerando consequentemente maiores quantidades de
resíduos. Dessa forma, existe a necessidade de um programa que trate os resíduos
adequadamente, para que não sejam descartados ou destinados de qualquer
ACTIO, Curitiba, v. 3, n. 2, p. 1-17, mai./ago. 2018.
forma no meio ambiente (AMARAL et al., 2001), com o intuito de diminuir os
impactos ambientais.
A escola é uma instituição responsável pela formação cidadã, capaz de
desenvolver ações em função dos valores, dos conhecimentos os quais permitem
embasamento para o processo de formação e transformação de pessoas. A
educação ambiental possibilita este trabalho atuando como um agente
transformador da sociedade. Segundo Amaral (1995), um passo decisivo no
sentido dessa contribuição consiste no desenvolvimento de um ensino de Ciências
no qual o ambiente seja, explicitamente, gerador e unificador do currículo e ensino
de Ciências, configurando este como Educação Ambiental. O autor ressalta que tal
diretriz se articula com a ênfase no cotidiano, no conhecimento do senso comum
e no seu progressivo relacionamento com o conhecimento científico. Sendo assim,
diferentes níveis de explicitação da abordagem do ambiente no ensino de Ciências
estariam associados a diferentes possibilidades de relacionamento entre essa
disciplina escolar e a Educação Ambiental.
CONDIÇÕES PARA ATUAÇÃO NOS LABORATÓRIOS
No que se concerne ao aspecto das condições para atuação nos laboratórios
didáticos das escolas, propomos apontamentos a respeito de alguns fatores que
achamos pertinentes.
Entendemos que o espaço deve ser encarado como potencial para realização
das atividades na escola, e por isso, acreditamos que deve ser promovida uma
política de ressignificação, como forma de valorização deste espaço, dentro do
contexto escolar, que considere os seguintes pontos: (a) adequação da estrutura
do laboratório para acondicionamento de reagentes e vidrarias; (b) investimento
em materiais e reagentes mínimos que potencializem a realização de atividades
experimentais que atendam o currículo da educação básica; (c) professor ou
técnico de laboratório, lotado neste espaço, para que auxilie o professor de sala
de aula no preparo, desenvolvimento e condução da atividade dentro do
laboratório, auxiliando, dessa forma, a construção do conhecimento; (d) parcerias
com a universidade para propor cursos de formação continuada, para a reflexão
sobre o papel do experimento e do laboratório na educação básica. Além disso, o
laboratório é um ótimo espaço para discutir sobre a ciência e o papel do cientista
perante a sociedade; (e) criação de uma coordenadoria dentro da Secretaria de
Educação do Estado, que seja responsável pela fiscalização, acompanhamento,
assessoria e desenvolvimento do espaço do laboratório dentro da escola; (f) a
utilização do espaço como instrumento integrador da aprendizagem perante os
demais componentes curriculares da não, e não somente, biologia, química, física
e matemática; e (g) contratação de um profissional que possa verificar a segurança
de todos os laboratórios existentes do Estado.
Acreditamos que tal análise poderá subsidiar o direcionamento de ações que
visem a fomentação de políticas públicas para estruturar as condições para o bom
funcionamento do laboratório nas escolas. Além disso, as discussões em torno da
realidade da cidade de Dourados/MS, representa a situação de muitas escolas
brasileiras, porém cada uma possui sua particularidade, seus problemas e
condicionantes.
ACTIO, Curitiba, v. 3, n. 2, p. 1-17, mai./ago. 2018.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da constituição dos dados foi possível verificar a existência de
demandas que emergem do contexto dos laboratórios didáticos de ciências, que
abrangem os seguintes aspectos: recurso material, recurso humano especializado,
falta de gerenciamento local, necessidade de materiais e reagentes para realização
das atividades e um responsável de atuação permanente neste local.
Outro ponto possível de ser verificado, foi o processo de implantação dos
laboratórios nas escola, que se deu por, 1) reivindicação dos professores da escola;
com efeito foi disponibilizado uma sala adaptada para que fosse utilizada como
laboratório; 2) por meio de convênio realizado com universidades da região; que
disponibilizaram materiais, reagentes e equipamentos; ou 3) pela implementação
do governo estadual que disponibilizou o espaço físico para criação do laboratório
em algumas escolas. Existem demandas das demais escolas da cidade que
reivindicam um espaço para que seja adaptado como laboratório. No entanto,
também existe o contraponto, que este espaço novo poderia ser utilizado para
atender uma sala de aula de ensino regular
Com a disponibilidade de um responsável pelo laboratório, que pode ser um
professor ou um técnico em química, o professor de sala de aula poderá realizar
as atividades experimentais com maior frequência, pois terá maior tempo para
preparar suas atividades, além de ter um profissional que o auxilie durante as aulas
no laboratório.
Percebemos que a presença do cnico de laboratório é muito importante,
mas ainda é necessário que o professor tenha cada vez mais interesse em executar
atividades experimentais com seus alunos, além de se adaptar e ampliar o seu
conhecimento, participando de cursos que o motivem no desenvolvimento de
atividades com o caráter experimental.
Nesse sentido, é essencial que a Secretaria de Educação e as universidades
estabeleçam convênios para atender tais demandas. Além disso, o simples fato de
se ter um responsável pelo laboratório não atenderá todas as demandas
existentes, pois tal profissional não terá habilidades que atendam as áreas de
ciências. Logo um profissional formado em química, poderá ter dificuldades para
atender as áreas de biologia e física, um profissional de biologia, com dificuldades
para atender química e física e um profissional da área de física com dificuldade
para atender biologia e química.
É de grande importância a proposição de cursos de formação continuada para
professores e técnicos com vistas a aprimorar a capacitação para o uso do
laboratório didático e para a realização experimentações no ensino médio. Além
de desmistificar a ciência, por meio da realização de atividades experimentais e
discutir o trabalho do cientista, de forma a proporcionar um ambiente de reflexão
sobre a importância deste profissional para a sociedade.
Vale lembrar que o espaço de laboratório discutido nesta pesquisa se refere
aos presentes nas escolas, que são ou não utilizados. Porém, é importante ressaltar
que qualquer espaço destinado para o desenvolvimento das atividades
experimentais pode ser considerado como um espaço de reflexão sobre as
atividades experimentais de ciências, ou seja, um laboratório.
ACTIO, Curitiba, v. 3, n. 2, p. 1-17, mai./ago. 2018.
Outro ponto que merece destaque, é o descarte correto dos resíduos gerados,
pois os danos podem afetar não apenas a comunidade escolar, mas todo o
entorno, dependendo do tipo de reagente utilizado. Assim, o espaço do
laboratório e as aulas experimentais também são oportunidades de formação
cidadã e de se contribuir com o processo formativo de pessoas que estejam
sensibilizadas quanto aos riscos que os resíduos podem gerar.
É necessário que a área de pesquisa em Educação em Ciências encare o uso
do laboratório didático como um campo de pesquisa e que os resultados sejam
divulgados perante as secretarias estaduais de educação para que seja dada maior
atenção ao uso dos laboratórios nas escolas, de forma que possa contribuir
significativamente para o ensino de atividades experimentais.
As discussões que conduziram este trabalho não tiveram como objetivo
colocar o professor como responsável pelo sucesso ou não da utilização dos
laboratórios, mas apontar os condicionantes que limitam os professores de utilizar
este espaço de maneira eficiente.
Além disso, outras contribuições consideramos importantes para reflexão e
futuras pesquisas na área de ensino de ciências: o entendimento do significado do
laboratório, no contexto escolar; a existência de ações colaborativas que
funcionem como mantedoras para o fortalecimento deste espaço dentro da
escola; e a necessidade de discussão vistas à criação de políticas públicas para
criação, adequação, manutenção e aprimoramento na formação de professores.
ACTIO, Curitiba, v. 3, n. 2, p. 1-17, mai./ago. 2018.
A study on the structural and material
conditions of the science schools in
Dourados/MS
ABSTRACT
This work presents a research on the situation of the science and chemistry laboratories in
six public schools of the state education network, in the city of Dourados / MS. The study
was perfomed from the teachers' understanding of the schools. The subject school
laboratory is much discussed in the area of science teaching, as such pedagogical spaces can
not fall into disuse. The research was performed in the city of Dourados / MS, in public
schools of the state education network, which had a science / chemistry laboratory; and has
a qualitative research character. The data were constituted through a semistructured
interview and the subjects were the chemistry teachers of the school or teacher based on
the didactic laboratory. The context of the research involved stages of exploratory research,
descriptive research and field research. With the result, it was possible to identify that the
experimental activities are poorly used due to the lack of professor or technician packed in
the laboratory; and is hampered by the lack of knowledge regarding waste disposal, lack of
investment in the purchase of materials and reagents, lack of equipment and conditions for
making alternative materials. In addition, the study points to the need to conduct researchin
order to the purpose of improving and / or improving the use of school laboratories, always
aiming at quality teaching and learning for students.
KEYWORDS:
Didactic laboratory. Experimentation. Chemistry teaching.
ACTIO, Curitiba, v. 3, n. 2, p. 1-17, mai./ago. 2018.
AGRADECIMENTOS
Ao Programa Pesquisa nas Licenciaturas PROLICEN/UFGD.
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Recebido: 06 out. 2017
Aprovado: 13 fev. 2018
DOI: 10.3895/actio.v3n2.7150
Como citar:
PEREIRA, A. S.; MANDACARI, C. Um estudo sobre as condições estruturais e materiais dos laboratórios
didáticos de ciências das escolas públicas de Dourados/MS. ACTIO, Curitiba, v. 3, n. 2, p. 1-17, mai./ago.
2018. Disponível em: <https://periodicos.utfpr.edu.br/actio>. Acesso em: XXX
Correspondência:
Ademir de Souza Pereira
Rua Belmiro Barroso da Silva, n. 2420, Izidro Pedroso, Dourados, MS, Brasil.
Direito autoral: Este artigo está licenciado sob os termos da Licença Creative Commons-Atribuição 4.0
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