ACTIO, Curitiba, v. 3, n. 1, p. 248-267, jan./abr. 2018.
marca de mais de oito milhões de inscritos (Manual do Mundo, 2017), índice
importante para se manter, como diria Latour (1997, p. 220), “com credibilidade”
no ambiente virtual.
Seu criador, jornalista que em início de carreira realizava pesquisas sobre
ciências, para serem discutidas em revistas e televisão, passou a se aventurar na
apresentação de experimentos de forma lúdica e descontraída. Ora sozinho, ora
na companhia de sua esposa, terapeuta ocupacional, o apresentador afirma que o
“jeito que ensinam é chato” (SAKKIS, 2016), por isso busca ensinar em um
ambiente divertido e estimulante que, segundo ele, não se encontra na escola
contemporânea.
As páginas do site do Manual do Mundo estão organizadas em colunas, que
permitem aos visitantes encontrar vídeos subdivididos em itens como
Experimentos, Receitas, Brinquedos, Sobrevivência, Desafios, Pegadinhas,
Mágicas, Origami, Dúvida Cruel e Boravê.
Uma primeira impressão quando se acessa a página é o espetáculo visual de
cores e imagens oriundas das miniaturas que apresentam os vídeos. Há a
possibilidade de o internauta não saber qual vídeo assistir primeiro e acabar se
dispersando de seu objetivo primeiro: assistir ao fenômeno demonstrado. O plano
secundário da página, ou o pano de fundo da imagem, é algo que simula madeira,
que talvez foi escolhido para nos reportar ao fundo do cenário de seus vídeos que
acontecem num espaço semelhante àquele que desfrutara na infância, a oficina
do seu progenitor.
Dispostos em linha, dentro de um sistema classificatório de assuntos, estão as
colunas. A loja virtual, onde a todos é permitido comprar alguns materiais que ele
utiliza em suas performances, vem em primeiro lugar. Ela foi planejada a atender
àqueles que desejavam, e ainda desejam, fazer suas reproduções científicas em
casa. Ou, talvez, a intenção primeira tenha sido proporcionar aos professores um
acesso fácil aos materiais para que pudessem aplica-los em suas aulas, uma vez
que uma de suas intenções era melhorar o ensino.
No interior da coluna experiências há uma espécie de currículo fragmentado
em disciplinas escolares: física, química e biologia, que dividem os holofotes com
uma nova coluna chamada de fáceis e baratas. Então, se o propósito for fazer um
piano de garrafas ou ainda, construir um vaso de plantas anti-dengue, nessa coluna
estará o passo-a-passo. Mas, o que há na coluna de sobrevivência? Uma tentativa
de nos ensinar a sobreviver fazendo artesanato, a conhecer tudo sobre carros e
casa e sim, a sobreviver num camping produzindo nosso próprio ralador de
emergência para ataque de zumbis.
Dúvida Cruel e Boravê possuem respostas a dúvidas e questionamentos que
muitas vezes nos deparamos, como por que o bocejo é contagiante? Ou como o
papel é fabricado? Este último como uma espécie de visita técnica a uma fábrica
de celulose e papel, metodologia muitas vezes dispendiosa e improvável a muitas
instituições escolares. Pois bem, o acesso ao menu de vídeos reduz uma
quantidade de empecilhos que nós professores temos em sala de aula, e não nos
referimos apenas ao desinteresse do alunado. Vale a pena explorar!
Os números que alavancam o canal no ambiente virtual localizam-se no canto
inferior direito da página: facebook, com mais de um milhão e trezentos fãs;
twitter, com mais de cem mil seguidores; instagram, com mais de duzentos e