ACTIO, Curitiba, v. 3, n. 1, p. 75-90, jan./abr. 2018.
Com base nas análises feitas, pode-se perceber algumas distinções entre os
livros.
No livro de Santos e Mól, há uma linguagem totalmente didática, criando
possibilidade para que o conteúdo chegue de forma mais inteligível para o aluno.
É um livro mais lúdico, colorido, com figuras exemplificativas, porém, há a inclusão
da parte de espectros dentro do tópico de Bohr, ao invés de ser um tópico
separado. É possível perceber também, que não se utilizam termos como estado
fundamental, estado excitado e fóton, que são substituídos por outros. Fóton, por
exemplo, aparece como radiação luminosa. Após a pesquisa junto a alguns colégios
da rede pública, pode-se observar que este livro é muito bem aceito pelos
professores do município de Campo Mourão, sendo o livro em vigor em dois dos
maiores colégios da cidade.
Já no livro de Feltre, existe uma linguagem mais técnica, não tão clara como a
de Santos e Mól, entretanto, sua teoria é a mais completa, contém atividade
prática e uma grande quantidade de exercícios, que fazem o aluno refletir sobre a
matéria estudada, aumentando seu senso crítico e a relação com seu dia-a-dia.
Em contrapartida, o livro de Reis é contextualizado quando se trata dos
conteúdos gerais, com imagens e curiosidades, mas a matéria do modelo atômico
de Bohr não é muito aprofundada, possuindo apenas um pouco mais de uma
página de conteúdo, o que pode causar um distanciamento em relação com a vida
do aluno e causando-lhe pouco interesse. Dentre os três livros observados, esse
foi o único que trouxe os termos químicos que são utilizados em livros acadêmicos,
e que é visto com grande frequência em vestibulares e até mesmo no exame
nacional do ensino médio.
Depois da comparação feita entre os livros e os regimentos das DCE (PARANÁ,
2008), é que observamos as grandes lacunas deixadas pelos escritores. As
Diretrizes Curriculares Educacionais orientam que os livros didáticos devem trazer
não só uma linhagem teórica, mas devem abranger várias áreas do conhecimento.
A química deve estar relacionada com vários âmbitos, desde a matemática até a
filosofia, e trazer a arte que está implícita em cada aspecto da sociedade. É de suma
importância que os livros acompanhem o crescimento tecnológico e científico, que
alteram e melhoram, ano após ano. Os modelos atômicos podem ser considerados
a base do ensino de química. É assunto lecionado no início do primeiro ano, e serve
como fomentador dos conteúdos subsequentes. As diretrizes defendem que o
estudo do átomo tem grande valor, já que o mesmo apresenta um esclarecimento
da estrutura da matéria, mostrando suas aplicações, nos contatos diários da
sociedade com a química. Porém, os livros analisados não dão a devida
importância para tais modelos.
As Diretrizes Curriculares Educacionais (PARANÁ, 2008), também fazem uma
crítica sobre o conteúdo aplicado de forma muito teórica e sem contextualização.
As DCE defendem que o professor deve mostrar as aplicações das teorias
lecionadas. Todavia, os livros didáticos estudados não apresentam propostas de
aplicação, deixando apenas a velha e cansativa teoria.
Sendo assim, foi pensado em modo de complementar e contextualizar o
assunto de modelo atômico, que pode ser utilizada para integrar os conceitos
químicos em voga na pesquisa com a investigação criminal. Para isso, a
quimioluminescência pode auxiliar e fomentar discussões, pois para compreender