ACTIO, Curitiba, v. 3, n. 1, p. 37-55, jan./abr. 2018.
confesso que no início não tinha muitas pretensões em relação ao curso, mas agora
tenho uma visão totalmente diferente, gostei muito do curso”.
Outros licenciandos demonstraram que, mesmo tendo poucas opções de
cursos superiores, afirmam que têm o desejo de ser professor, apontando
características do processo da aprendizagem docente, como observa-se nas falas
a seguir:
LQ 1 - Era o que estava disponível no turno da noite e o único curso de uma
instituição pública de qualidade em Uruaçu. Pretendo ser professor. Sempre
tive este sonho, sei que o professor sozinho não vai mudar o mundo, mas
pode ajudar bastante. [...] É saber superar os obstáculos encontrados na sala
de aula, assumindo com profissionalismo esta escolha “ser professor”.
LQ 6 - Ser um bom professor é ter a consciência de que não se ensina nada,
mas fornece condições para o aprendizado, mas o principal para mim, ser um
bom professor é querer ser um educador, o qual também se preocupa com o
contexto social, emocional e capital cultural de cada aluno e com as
transformações na sociedade e na vida do educando. Sem essa preocupação
o ensino não teria sentido [...]apesar das diversas dificuldades, acredito que
serei um profissional feliz, pois é isso que gosto de fazer, sendo isso o mais
importante em qualquer profissão. [...]Sinceramente fazer licenciatura,
inicialmente foi uma escola por motivos circunstanciais, tanto por falta de
ofertas de outros cursos, como de condições financeiras de fazer outro curso,
mas não me arrependo devido o conhecimento adquirido, mas em relação a
salário e as condições de trabalho, penso que dificilmente escolheria
licenciatura se tivesse outro curso com maior valorização, Mas também não
sei se trabalharia com prazer em outro campo sem ser o educacional.
Também observa-se nas falas dos licenciandos um certo envolvimento
emocional com a profissão docente, como mostra a fala do LQ 3, “nada melhor
que acompanhar a progressão de alguém e saber da sua contribuição para tal
processo”. Entretanto, alguns licenciandos, não demonstraram interesse,
envolvimento emocional em relação à docência, mas apontam uma afinidade com
a área técnica, como se observa a seguir:
LQ 4 - Sinceramente por conveniência, ainda que a Química seja uma ciência
fantástica e fundamental. Pois por opção mesmo faria outro curso e de
preferência bacharelado na área ambiental, por aptidão. De fato, a profissão
do docente no Brasil encontra-se em grande parte de forma precária. [...] Um
bom professor é aquele que sabe transmitir seu conhecimento para os alunos
de forma clara e objetiva, para que os alunos consigam aprender e transmitir
o que aprenderam.
LQ 12 - Meu foco nunca foi a própria licenciatura, mas a Química é minha
paixão, então considero que em qualquer área da química me sentirei
realizada, seja na licenciatura mas preferencialmente seguindo a carreira de
pesquisador.
LQ 14 - A licenciatura foi o curso que consegui vaga. Como não queria ficar
sem estudar decidi fazer o curso, até conseguir outro curso. Mas acabei
permanecendo e vou ficar até o final do curso, mas prefiro as disciplinas de
formação técnica.
Outro fator preponderante e decisivo está na relação interesse e
conhecimento da profissão, como mostra a fala do LQ 4 “pois aprendi a gostar da
profissão e dos processos de ensino-aprendizagem depois que passei a conhecer