ACTIO, Curitiba, v. 3, n. 1, p. 1-18, jan./abr. 2018.
De acordo com os autores Godoi, Oliveira e Codognoto (2010), os alunos
apresentam muitas dificuldades em entender como os elementos químicos foram
dispostos na tabela periódica, as propriedades periódicas e aperiódicas, assim
como sua influência na formação das substâncias. Essa dificuldade de
compressão leva os alunos à simples memorização das informações mais
importantes e relevantes. Em geral a abordagem deste tema é essencialmente
conceitual, não havendo a motivação para a contextualização, debates ou
abordagens diferenciadas das tradicionais empregadas há anos.
Em virtude dos fatos mencionados, referentes à dificuldade de abordagens
contextualizadas, percebemos que a falha está entre o ato de contextualizar e o
de trazer exemplos do cotidiano, já que contextualização para esse trabalho está
voltada para uma aproximação do ensino de química às relações Ciência,
Tecnologia e Sociedade (CTS), assim como ao desenvolvimento histórico dos
conceitos, baseando-se em uma aprendizagem mais complexa. Faz-se importante
ressaltar ainda, o quanto uma abordagem contextualizada é importante para o
ensino, tendo em vista o auxílio aos alunos na construção do conhecimento
científico. No entanto, ainda é comum nos depararmos com posturas tradicionais
e rígidas, principalmente nas áreas de ciências, em particular a de ensino de
química.
Levando-se em consideração os aspectos anteriormente apresentados, o
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), Subprojeto
Química, na Universidade Tecnológica Federal do Paraná, utilizou-se de um
levantamento dos anais de congresso, Encontros Nacionais de Ensino de Química
(ENEQ), Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências (ENPEC), ao
decorrer dos anos de 2000 até 2016, a fim desta servir como referencial teórico
para uma sequência didática a ser elaborada pelo bolsistas do PIBID de Química.
Com isso, fez-se necessário um levantamento, que foi categorizado de
acordo com as linhas temáticas presentes nos anais do ENEQ. O objetivo
específico do levantamento foi fornecer informações sobre trabalhos publicados
na literatura nacional. O objetivo geral foi oferecer subsídios estratégicos que
possam levar a progressos no ensino e aprendizagem.
A partir dos resultados apresentados é possível identificar a associação da
temática Tabela Periódica às atividades lúdicas, assim como a materiais didáticos
para o ensino de química. Tais associações objetivam fomentar a motivação e o
interesse dos alunos na aprendizagem de ciência e favorecer, assim, o processo
de ensino e aprendizagem. Observa-se, ainda, um aumento significativo das
produções, referentes a temática Tabela Periódica, no decorrer dos anos, sendo
que no ENEQ de 2016 a quantidade de trabalhos é superior às demais edições
dos eventos analisados. As categorias Ensino e Aprendizagem e Materiais
Didáticos foram as que apresentaram a maior quantidade de artigos, sendo
muito úteis como aporte teórico para a construção de novas propostas de ensino
envolvendo a temática Tabela Periódica. Ressalta-se a importância da utilização
de elementos históricos na construção da sequência didática, pois tais elementos
possibilitam aos alunos uma compreensão dos processos históricos que
contribuíram para a construção da tabela periódica conhecida atualmente,
ressaltando a atualidade de sua organização e sua relevância para o
entendimento da química. É uma medida significativa de permitir que o ensino
desse conteúdo possa fornecer aos alunos uma nova forma de enxergar a ciência,
considerando o seu desenvolvimento como um processo de construção.